Os dez maiores favorecidos pelo Governo Federal com o dinheiro dos pagadores de impostos são Bancos, dos quais cinco são privados
Com um orçamento de R$5,63 trilhões, quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, para as despesas a União, o Governo Federal executou R$1.69 trilhão, entre janeiro e abril deste ano. Entretanto, os maiores favorecidos não são “a educação”, “a saúde”, “a segurança”, mas os Bancos – estatais e privados. Porém, não é novidade, pois a amortização e refinanciamento da dívida estatal consumiu mais da metade das despesas, enquanto juros e encargos quase um décimo. Aliás, o Ministério da Fazenda concentra quase 70% dos repasses em 2025.
Bancos Privados
No Portal da Transparência, em “Despesas Públicas”, o cidadão tem acesso aos gastos detalhados e por gráficos em consolidação. O gráfico abaixo expõe os dez maiores favorecidos na execução de despesas nestes primeiros quatro meses de 2025. Todos são Bancos, sendo 4 estatais e 5 privados – o Itaú aparece duas vezes, com departamentos diferentes do mesmo grupo.
Execução da despesa por Favorecido – Tipo Favorecido – Entidades Empresariais Privadas
O Bancos privados somados receberam R$18.672.566.404,7, enquanto os estatais sugaram R$94.432.834.047,95 do orçamento. Contudo, os estatais também financiam programas do próprio governo, recebem a maioria dos salários dos servidores e são usados para pagamento de Bolsa Família, Pé de Meia, entre outros. Logo, quando separamos exclusivamente pagamento de financiamento de dívida, a fatia é bem menor do que os privados.
Dívida
A Dívida ‘Pública’ (os governos fiscalmente irresponsáveis fizeram, mas quem paga é o cidadão) consumiu 53,46% do orçamento em Amortizações e Refinanciamento, e 9,73% em Juros e Encargos. Portanto, Bancos e demais ‘operadores financeiros’ ficam com enorme fatia do bolo. Não podemos afirmar que com os 63,19%, pois há precatórios e outras dívidas com pessoas físicas e jurídicas.
Distribuição por Grupos de despesa
Todavia, é fato que dos 53,46% pagos (R$904.568.148.222,38), o governo destinou 71,97% (R$651.003.891.345,31) a refinanciamento de dívida mobiliária, enquanto 12,30% (R$111.245.539.951,35) para “Obrigações Decorrentes da Política Monetária”. Logo…
Abaixo a tabela dos dez maiores favorecidos
Dos Bancos privados, o maior favorecido foi o Grupo Itaú (R$7.299.498.932,91). Beatriz Bracher, uma das herdeiras do Itaú, foi a segunda maior doadora da campanha de Lula, em 2022. Entretanto, o Santander, segundo maior favorecido privado, e BMG, o quinto, enviaram diretores à reunião promovida por Simone Tebet em apoio à Lula, naquelas eleições. Compareceram 650 convidados , entre empresários, banqueiros e economistas vassalos de bancos (como Armínio Fraga).
A amizade com o Santander existe desde (ao menos) 2002. Lula agradeceu ao ex-presidente do grupo por seu apoio naquelas eleições. Em 16 de agosto de 2024, o presidente se reuniu com banqueiros para pedir apoio às ações de seu governo, voltando a se reunir para discutir as novas regras do crédito consignado, no começo deste ano. A nova Lei entrega o Fundo de Garantia dos trabalhadores do setor privado como garantia dessas operações, portanto, beneficiando os Bancos, que emprestam ao trabalhador o seu próprio dinheiro, e a juros nada amigáveis.
Em 2024, o Santander teve o maior crescimento percentual de lucros entre os bancos (58%), enquanto o Itaú teve o maior crescimento nominal (R$6.4 bilhões) e o segundo maior percentual (19%). No total, os quatro maiores bancos (inclui-se Banco do Brasil e Bradesco) registraram aumento de 24% em seus lucros, no período.
