A fala de Abel Ferreira não destoa do que é o ambiente do futebol, e deve ser! Os fracos e analfabetos funcionais que se roam…

Durante sua coletiva pós-jogo neste sábado (24), o técnico de futebol Abel Ferreira, do Palmeiras, deu uma resposta dura aos jornalistas. Todavia, como a pergunta foi realizada por uma mulher, os frangotes e ideólogos do jornalismo esportivo amaram um barraco ‘em nome das mulheres’.

Mulheres e Futebol

Os homens inventaram e praticam o futebol desde o final do século XIX. É um esporte de contato, força e agilidade, onde rivalidades foram construídas e levam milhões aos estágios e telas.

Mas como em todo espaço masculino, há mulheres querendo colher os frutos do trabalho exaustivo masculino. Assim como não se vê mulheres querendo igualdade no trabalho de pedreiro, onde estavam quando os homens desbravavam os Campos?

Após mais de um século, quando o setor começou a oferecer estruturas, remunerações e status melhores, elas apareceram aos montes. Porém, rareavam na época da baixa tecnologia, das viagens exaustivas e maior esforço.

Mas piora! Agora querem que o ambiente se adapte às suas ideias românticas e necessidades emocionais.

Só Bônus, Zero Ônus!

As profissões que concedem os maiores status e ganhos materiais geralmente são as que mais exigem fortaleza. Mais dedicação, horas de estudos e trabalho e elevados níveis de estresse e pressão. Contudo, também exigem a capacidade de enfrentar ambientes hostis, brutos e desafiadores.

O mundo do futebol tradicionalmente é brutal. Pois exige que homens se enfrentem literalmente em batalhas campais. Os nervos saltam, a testosterona berra… Dribles, passes, chutes, desarmes, carrinhos, encaradas, cartões, polêmicas e xingamentos dentro e fora do Estádio.

Mas as mulheres querem isso? Ou só os ganhos materiais e a fama, que só alcançam uma minoria.

Realidade do Futebol

São 1.276 clubes que praticam futebol no Brasil, sendo 850 profissionais e 426 amadores. Entretanto, esses dados oficiais da CBF revelam bem mais!

A glória e a fama se concentram nos maiores clubes. É muito difícil ser reconhecido e obter altos ganhos jogando em times de baixa expressão nacional. No entanto, ser titular no Palmeiras, Vasco, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Flamengo, São Paulo, Corinthians, Botafogo, Fluminense, Internacional, Grêmio ou Atlético Paranaense, pode levar à realização do sonho.

Veja que citei apenas 12 times. Mas há o Bahia e o Fortaleza se destacando e galgando um lugar entre os ‘primos ricos’. E há a possibilidade de se destacar em clubes menores da Série A, ou que estão na Série B, como Vitória, Sport Recife, Guarani e Criciúma. Todavia, geralmente esses jogadores se transferem para maiores nacionais ou europeus de menor expressão e, com muito esforço, alcançam o sonho.

Por fim, não esqueçamos do Santos, numa maré ruim, mas entre os maiores formadores do país. Mas, se considerarmos os times daa Series A e B, guardando as devidas proporções quanto às estruturas e fama, chegamos a 40 clubes!

E os demais?

Clubes brasileiros que podem pagar salários de nível europeu são apenas 12. Aqueles que podem remunerar o suficiente para um ótimo pé de meia e conceder oportunidades de crescimento e desenvolvimento com transações, após bons campeonatos, são mais 28. No total, apenas 40!

Mas e os demais 1.248? Não é tão incomum que um jogador comece em um desses e tenha uma boa carreira, mas é necessário um esforço descomunal, principalmente se não for um craque, gênio ou “fora de série”. Todavia, terá que lidar com uma média salarial baixa e no máximo a torcida da mãe, por algum tempo. Muitos, jamais conseguirão (a maioria).

De acordo com a CBF, 55% dos jogadores ganham menos de R$ 1.000, enquanto apenas 1% ganha entre R$ 200.001 e R$ 500.000

Então chegam mulheres, algumas jogadoras e jornalistas, espumando e gritando a injustiça de não serem altamente remuneradas, terem excelentes estruturas e o tratamento de astros da Champions League. Exigindo de mão beijada os ganhos das conquistas alheias, sem gerar 7% da receita.

Jornalismo Esportivo

Essa praga chegou ao jornalismo esportivo. Desde a épica esculachada ao vivo de Rogério Ceni numa jornalista que fez acusações graves, sem qualquer prova, até os chororô recente com Abel Ferreira. São poucas as honrosas exceções, como a Renata Fan.

Nesse ambiente masculino, estressante e altamente competitivo, sobrevive quem sabe se fazer respeitar e não chora. Portanto, as mulheres que querem ser bem sucedidas, precisam aguentar o mesmo que os homens.

Do contrário, a mensagem que passam será: “Sou fraca, frágil e preciso ser tratada como uma coitada”. Pois se são capazes de realizar trabalhos tão bons quanto os homens, devem ser capazes da mesma dedicação e fortaleza.

Hipocrisia e Analfabetismo Funcional

Abel Ferreira foi perguntado sobre a lesão de Mayke pela repórter Alinne Fanelli, da BandNews FM. Mas não fugiu ao tom usual, marcante em suas coletivas. Isso enervou os frangotes.

Será que a repórter é novata e esperava uma coletiva pós-jogo de futebol com flores e bombons? Mais ‘evoluída’, ‘pacífica’ etc?

Respostas duras e atravessadas são de praxe. Tanto, que jogadores com mídia training e politicamente corretos têm alta rejeição entre os torcedores. Só floquinhos de neve aguentam e aplaudem choro de jogador porque foi xingado em campo.

Onde estavam esses jornalistas, comentaristas e claque de chorões, quando Abel, Luxemburgo, Felipão, Evaristo de Macedo, Celso Roth, Nelsinho Batista e Emerson Leão rugiram em tantas coletivas? Quando Romário esculachou o Casagrande, o Edmundo dançou na frente do Gonçalves, o Neto cuspiu no juiz …

Contudo, o caso específico é pior. Pois Abel se referiu a “vocês” em sua resposta, e não à “você”. Mas aumenta a vergonha, quando o próprio Abel precisou dar essa mini-aula de língua portuguesa em seu Instagram.

Quem não entendeu é analfabeto funcional, quem entendeu e atacou, é mau caráter querendo Ibope sinalizando falsas virtudes.

Mas como é a mesma imprensa que ignorou os elogios de Abel à presidente Leila Pereira (exemplo de quem trabalha ao invés de chorar e pedir privilégios), acredito mais na segunda hipótese.


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By Samara Oliveira Barricelli

Católica, Jornalista, pró-Vida e escritora. Jornalista independente (2018 - 2021), repórter na Revista Esmeril (2021 - 2022) e ilustradora editorial (2022 - 2023).

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