CONGO | Um Ministro em Guerra contra a Igreja Católica

Vice-Primeiro Ministro da República Democrática do Congo entra em guerra contra a Igreja Católica e os Protestantes para evitar diálogo intercongolês para a Paz no Leste do país

Há negociações para a paz no leste da República Democrática do Congo (RDC), onde guerrilheiros cometem crimes de guerra. Como noticiamos há poucos dias. Porém, o Vice-Primeiro Ministro do Congo ataca as tentativas de resolução interna. Essas negociação são realizadas pela Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO) e a organização dos Protestantes (ECC). Entretanto, são atacadas por Jean-Pierre Bemba, que prefere as negociações em andamento sob a liderança dos EUA.

Guerra contra a Igreja Católica

O Ministro Bemba acusou os Bispos Católicos de conspirarem contra o regime. Bemba é ex-guerrilheiro e braço direito do atual presidente da RDC, Tshisekedi. Os ataques ocorreram durante programa numa rádio congolesa. Ele afirmou que os Bispos católicos estão ‘usando mal’ os milhões de dólares enviados pelo governo do país (um milhão por bispado).

Entretanto, a CENCO agiu rapidamente e publicou comunicado em suas redes sociais. Estamos prontos para receber a IGF (Inspetoria Geral de Finanças), para verificar todas as contas“, disse Donatien Nshole, secretário-geral da CENCO. Mas Bemba foi além! Afirmou que o presidente tirou milhões dos Bispos ao instituir um ensino primário gratuito. Contudo, se antes a Igreja Prestava os serviços com auxílio do governo, e agora o governo ainda envia recursos à Igreja e também mantém as próprias escolas…. D’onde que esse argumento faz algum sentido? Se moralmente é absurdo acusar da Igreja Católica de tentar derrubar um regime por causa de dinheiro… É financeiramente absurda a acusação quando sequer perderam dinheiro.

Mas o Ministro afirmou ter todas as provas! A mesma afirmação de 2023. Quando acusou os católicos de hackearem os servidores da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), durante as eleições presidenciais. No entanto, não apresentou quaisquer provas, em 2 anos. “Continuamos pacientemente a aguardar provas dessa suposta colaboração“, declarou Nshole. Então, é Bemba um traidor?

Traição à Pátria?

O ex-guerrilheiro fala em tentativa de derrubada do regime. Todavia, a CENCO e a ECC tentam reunir todos os atores centrais da vida política, social, cultural e econômica, numa mesa de negociações. Esse diálogo intercongolês é a tentativa de resolver internamente a situação do leste do país, onde guerrilheiro financiados por Ruanda aterrorizam os cidadãos. Porém, também é a oportunidade de mostrar ao mundo independência e capacidade de solucionar questões internas sem as mãos dos grandes players globais. Ou seja, deixar a vassalagem moderna e postar-se como atores centrais do próprio destino.

Mas Bemba quer as benção da América e de seus parceiros. Só para evitar ‘insatisfações’ de grupos revolucionários e apoiadores internos? Vale a pena sacrificar a oportunidade d’um Congo soberano? D’uma União Africana voltada ao fortalecimento das nações e povos do continente? Quais os ganhos pessoais dos membros do atual governo ao manter o controle de seus assuntos internos em mãos americanas?

Outra possibilidade é que Bemba mantenha simpatia pelos guerrilheiros do M23. Porém, são os mesmos que Anistia Internacional relatou como perpetradores de crimes de guerra. Isso valida a pergunta de Nshole ao Ministro: om suas palavras, o Sr. Bemba quer levar o país de volta ao tempo em que mandou matar inocentes em Kisangani e Kinshasa?



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