REINO UNIDO | Culpar as Vítimas para Proteger os Vitimistas

As autoridades parecem assustadas e evitando falar com muita franqueza, por medo de ‘agravar a situação’ das populações muçulmanas importadas, preferindo culpar as vítimas

Há uma tendência preocupante no Ocidente, segundo a qual as autoridades parecem concluir como muito mais fácil processar as vítimas a lidar com criminosos. Por exemplo, a chamada “Sophie de Dundee“, Mayah Sommers; presa e acusada pela Polícia da Escócia por “posse de armas ofensivas”. Ou seja, um machado e uma faca, que claramente considerou necessárias para proteger a si e à sua irmã d’um migrante que aproximava-se. Para a polícia, absolutamente indiferente que o cidadão búlgaro Fatos Ali Dumana filmava, perseguia e assediava as meninas no vídeo. Mas tampouco o fato de que sentiram-se compelidas a apresentar as “armas ofensivas”, nem o terror evidente em suas vozes. Nada dissoa equação policial considerou.

‘Novos’ Fatos

O excelente Rod Dreher já cobriu a história nestas páginas, mas acrescentarei três pontos, pois informações subsequentes vieram à tona. Primeiro e mais importante, nada nesta história faz sentido. Pois se Dumana é genuinamente a “vítima” neste caso (e sugiro que você precisa de tratamento psiquiátrico se acredita que é), por que perseguia suas “agressoras” e incitava-as a incriminarem-se? Por que simplesmente não deixá-las em paz? Segundo, há fortes evidências nas mídias sociais de que, antes do vídeo, ocorreu uma agressão.

Terceiro, não devemos deixar-nos enganar pelo artigo de propaganda do Daily Mail. Longe d’um “homem de família” fofinho e “cavalheiro do Reino” dissidente, Dumana é um autoproclamado “gângster cigano”. Conquanto evidenciado por sua presença nas mídias sociais e tatuagens de gangue AK-47. Suas postagens no Instagram incluem vídeos de “esperando vocês, prostitutas, entrarem no meu supercarro” e “táticas sexuais”. Aliás, curioso como mídia optou por não retratá-lo dessa forma. 

As Gangues de Aliciamento e Estupros

O mais revelador no artigo do Daily Mail é o aviso onde deveria estar a seção de comentários: “Desculpe, não estamos aceitando comentários sobre este artigo no momento”. Logo, ao invés de facilitar ou liderar o debate, a mídia não quer mais tê-lo. Mas a mesma mídia que consistentemente recusou-se a relatar a verdade sobre a epidemia de aliciamento na Grã-Bretanha, noticiando que o país enfrentava uma “crise de prostituição infantil“. Assim cmo a garota X “dormiu com 100 homens asiáticos aos 16 anos” — “dormiu com” talvez seja o eufemismo mais flagrante do mundo para “estuprada por”. 

A resposta da Polícia Escocesa é previsivelmente covarde — afinal, culpar as vítimas é um caminho batido. Por exemplo, os agressores de gangues de aliciamento referiam-se regularmente às vítimas adolescentes como “vagabundas brancas“, enquanto a polícia preferia chamá-las “vagabundas paquistanesas“. Quando a polícia do Reino Unido não ocupava-se estuprando as vítimas de gangues de aliciamento, invariavelmente prendia as meninas como bêbadas e desordeiras. Até prendendo os pais quando tentavam resgatá-las. Aliás, esses epítetos ainda são usados, e receberam uma atualização recente por um líder de conselho trabalhista, que se referiu às meninas como “lixo branco“.

Culpar a Vítimas e ‘Vitimizar’ os Criminosos

Embora a polícia do Reino Unido seja surda, muda e cega diante de criminosos de verdade, geralmente é extremamente dura com as vítimas — principalmente quando os perpetradores são de natureza diversa. Imagine uma garota de 17 anos usando spray de pimenta para repelir um possível estuprador, ou judeu que ousa parecer “abertamente judeu” nas proximidades d’uma marcha pró-Palestina. Ou membros do público determinados a proteger a estátua de Winston Churchill dos vândalos do movimento Black Lives Matter. Mas porque a polícia recusou-se a fazê-lo. Pois experimente, e veja como prender-lhe-ão rapidamente. 

A prisão nem sempre ocorre após a vitimização, mas tal inversão do Estado de Direito infiltrou-se n’outras esferas da vida. Em Londres, a polícia agora aconselha cobrir as joias, objetos de valor e relógios porque estão muito ocupados para investigar “crimes de baixa gravidade“. Ademais,, os varejistas de celulares decoram as calçadas com placas dizendo “Cuidado com o roubo” — lembrando ao público de que eles têm o dever de não serem roubados. E para estancar o fluxo de estupros cometidos por migrantes que varre as ruas da Grã-Bretanha, a polícia decidiu instruir as mulheres a ficarem em casa

Todavia, é particularmente preocupante neste caso a condenação reservada àqueles que simplesmente “perceberam” o padrão. Casos de grande repercussão, como o de Tommy Robinson — preso por exibir o documentário “Silenced”, contra instruções do Tribunal Superior — equiparados aqueles no outro extremo da escala. Por exemplo, as “damas rosa” de Epping — mães trabalhadoras tentando proteger suas filhas da acomodação de imigrantes ilegais no Hotel Bell — chamadas de “extrema direita“.  

Censurando a Vítimas

Os defensores dessa censura não escondem suas motivações. Nesta semana, um grupo de mulheres socialistas, que apreciam champanhe, assinou uma carta aberta, exigindo que “direitistas parem de associar a imigração ao abuso sexual”: 

Não há evidências de que pessoas que buscam refúgio sejam mais propensas a cometer atos de violência sexual. Muitas são sobreviventes de violência, guerra e perseguição. Culpá-las desvia a atenção do combate às causas profundas do abuso e da responsabilização dos verdadeiros responsáveis.

Esta é uma declaração extraordinariamente tola e hipócrita. Mesmo em sua relutância em registrar crimes com precisão, o Ministério da Justiça está dolorosamente ciente de que estrangeiros, em geral, têm 71% mais chances de serem condenados por crimes sexuais do que britânicos. No caso de afegãos e eritreus, esse número aumenta para 20 vezes. As mulheres que alegam não haver evidências de tal ligação (três das quais são parlamentares proeminentes) simplesmente não podem ignorar esse fato.

A verdadeira questão que devemos nos colocar é se a política de culpar as vítimas faz parte d’uma conspiração mais sinistra ou só uma reação de pânico ao aumento da criminalidade. Por conseguinte, desvendar a questão não é, naturalmente, tarefa fácil. Para começar, a migração de substituição promovida por figuras como Tony Blair e a ONU talvez fosse somente resposta impulsiva ao declínio das taxas de natalidade e ao envelhecimento populacional. D’outro lado, esperar que alguém em posição de autoridade confirme que os governos ocidentais ativamente engajam-se na destruição das próprias populações dificilmente é uso judicioso do tempo. 

Medo das Autoridades

No entanto, sabemos certas coisas. Por exemplo, que as autoridades estão assustadas e com receio de falar francamente, por medo de agravar a situação para populações muçulmanas importadas. Nigel Farage — o homem que pode muito bem “assumir” a luta pela sobrevivência da Grã-Bretanha — admitiu abertamente esse medo:  

O ponto principal é que temos uma população muçulmana na Grã-Bretanha crescendo cerca de 75% a cada dez anos… Se alienarmos politicamente todo o Islã, perderemos. Até 2050, só Deus sabe em que estado terrível estaremos. Temos que fazer tudo o que pudermos para trazer a maioria dos muçulmanos britânicos conosco.

Além disso, o ex-procurador-chefe Nazir Afzal admitiu sobre a relutância da polícia em levar a sério as gangues de aliciamento:

Você pode saber disso, mas em 2008 o Ministério do Interior enviou uma circular a todas as forças policiais do país dizendo: “Quanto a essas jovens que estão sendo exploradas em cidades, acreditamos que fizeram uma escolha informada sobre seu comportamento sexual. Portanto, não cabe a vocês, policiais, se envolverem nisso”. Se esse é o cenário vindo de cima para baixo em 2008, fique tranquilo, todas as agências ouvirão.

Embora a ex-secretária do Interior Jacqui Smith negue a existência de tal memorando e Afzal confirme que nunca o viu, sua informação baseou-se no fato de que “dezenas de policiais” disseram-lhe isso. 

Direitos Humanos também preferem Culpar a Vítimas

Por fim, no caso recente do Bell Hotel, em Epping, o governo admitiu inequivocamente que os direitos humanos dos migrantes ilegais prevalecem sobre os dos cidadãos locais afetados. Tudo isso sugere – seja política deliberada ou não – ser improvável que o atual governo do Reino Unido pare de culpar as vítimas de crimes tão cedo. 

Assim como a maioria das vítimas da desastrosa política de imigração britânica, smartphones e mídias sociais estavam até recentemente em fase inicial. No entanto, já revelaram o segredo — como o caso de Sophie de Dundee ilustra claramente. Se não fossem as mídias sociais, quantas pessoas convencer-se-iam pela cobertura tendenciosa deste caso? Ademais, quantas milhares de vítimas de aliciamento seriam salvas se o público tivesse a coragem de dizer a verdade? 

Agora que o público está ciente da dimensão do problema, a única questão que resta é se os governos ocidentais finalmente farão o que necessário — deportações em massa? Ou será que a população terá que limpar a bagunça para eles?

Publicado originalmente em The European Conservative, sob o título “Blaming The Victims“. Traduzido por João Pedro Moscati.



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