Segundo Donald Trump, durante Cúpula do Alaska as partes debateram sobre Armas Nucleares e querem convencer a China a aderir ao acordo de não proliferação com vistas à “desnuclearização”
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que debateu o controle de armas nucleares com o presidente russo, Vladimir Putin, na cúpula no Alasca. Ademais, enfatizouque a China também deveria envolver-se, com o objetivo final de “desnuclearização”.
Novo Acordo de Não Ploriferação?
Só um dia antes de encontrar-se com Trump, Putin sugeriu a posibilidade de que Moscou e Washington firmem novo acordo sobre o controle de armas nucleares. Conquanto as negociações ocorrem num momento no qual ambos os países, e a China, realizam grandes modernizações em seus arsenais nucleares. Contudo, com o último grande tratado de armas nucleares entre EUA e Rússia prestes a expirar.
O Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, que limita o número de ogivas nucleares estratégicas e sistemas de lançamento que cada lado pode implantar, expirará em 5/02/2026. Todavia, a Rússia atualmente tem cerca de 4.300 ogivas estocadas e implantadas, enquanto os EUA têm aproximadamentede 3.700. Portanto, juntos representam cerca de 87% das armas nucleares do mundo, conforme a Federação de Cientistas Americanos.
Histórico de Fracassos: Acordos da Guerra Fria
O colapso de acordos anteriores da Guerra Fria continua a obscurecer as relações. Washington culpa Moscou por minar o Tratado de Mísseis Antibalísticos de 1972 e o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987. Porém, os EUA retiraram-se do Tratado ABM em 2002 e do Tratado INF em 2019, citando violações russas, negadas por Moscou. Desde então, a Rússia afirmou retomar os testes nucleares se EUA retomassem, expressando preocupação com o escudo de defesa antimísseis “Golden Dome”, proposto por Trump.
Há muito tempo os EUA pressionam a China a juntar-se às negociações de controle de armas. Pequim, com arsenal de cerca de 600 ogivas, resistr. Entretabto, há avaliações da inteligência americana afirmando que o país continua “determinado a modernizar, diversificar e expandir sua estrutura nuclear”. A China é a terceira maior potência nuclear do mundo, seguida pela França, com 290 ogivas, e pelo Reino Unido, com 225. Acredita-se que Israel possua armas nucleares — segundo o SIPRI (Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo), entre 90 e 300 ogivas. Mas segue política de “ambiguidade estratégica”, ou seja, o país não nega nem confirma a posse de armas nucleares.
Confronto com Armas Nucleares
Tanto Trump quanto Putin alertaram publicamente sobre o risco de um confronto nuclear. No ano passado, Putin reduziu o limite para um ataque russo. Todavia, expandiu a doutrina para permitir o uso de armas nucleares em resposta a um ataque convencional em seu território. Trump, por sua vez, afirmou no início deste mês que ordenou envio de dois submarinos nucleares americanos “às regiões apropriadas”; Porém, só após o ex-presidente russo Dmitry Medvedev alertar sobre possível guerra entre as duas potências nucleares.
É difícil avaliar as relações entre Moscou e Washington neste momento. Embora o presidente Trump relate uma reunião produtiva no Alasca e relacionamento próximo com Putin, as duas potências globais aparentemente têm mais pontos de discordia do que concórdia. No entanto, a China historicamente não quis aderir a qualquer tratado global legalmente acima do governo chinês. Portanto, Pequim só aceita estruturas legais dentro de seus próprios sistemas judiciais.
Originalmente publicado por Zolta Győri em European Conservative, sob o título “At Alaska Summit, Trump and Putin Weighed Future of Nuclear Arms“. Tradução: Roberto Lacerda Barricelli.