São João Bosco: Quando um Santo revela os Maus

São João Bosco tem entre seus méritos ser odiado por burgueses e comunistas no século XIX

Itália do século XIX, 1815 a 1888, época d’aquele que mais d’um século depois o Papa João Paulo II aclamou “Pai e Mestre da Juventude”. Proclamado pelo Papa Pio XI santo em 1934, quase 50 anos após sua morte, legou-nos a Pia Sociedade São Francisco de Sales, os salesianos, em Turim, Itália. Ainda, São João Bosco é o patrono da juventude e padroeiro de nossa capital federal (Brasília).

Mas também cofundador do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e fundador da Associação de Maria Auxiliadora. Ademais, o Centro católico mais conhecido e combativo do Brasil carrega seu nome e publica excelentes obras.

Vinda de São João Bosco ao Vale de Lágrimas

Nasceu Giovanni Bosco em 16 de agosto de 1815, no Vilarejo das Colinas de Becchi, Itália, filho mais novo de Francesco Bosco e Margherita Occhiena, cuja dedicação aos pobres fez o Papa Bento XVI a proclamar Venerável, em 2006. Porém, aos dois anos, perde o pai, numa época que a fome assolava o Piemonte, por causa dos reflexões das Guerras Napoleônicas e uma seca no mesmo ano.

Recebeu as primeiras instruções de um pároco e obtinha dinheiro extra com apresentações de malabarismo, mágica e acrobacias. Organizava as apresentações com recursos da venda de pássaros que ele mesmo caçava; sempre com orações antes e depois de cada ‘show’. Sua infância pobre e a resistência de um dos irmãos mais velhos, Antônio, que lhe reputava “só mais um agricultor como o restante de nós”, dificultou o acesso aos estudos, mas isso estava por mudar.

Primeiras letras e ordenação

Aos doze ano sai de casa e obtém um trabalho numa fazenda de vinhos. Se passaram três anos e em 1830 conheceu o jovem padre José Cafasso, que lhe ajudou a voltar aos estudos e com a primeira escola. Era 1835 quando entrou para o seminário, no qual ficaria por seis anos até ser ordenado sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana, em 1841. A ordenação foi realizada pelo arcebispo Franzoni, da Arquidiocese de Turim.

A obra de Dom Bosco

Dom Bosco funda a primeira ‘casa salesiana’ em Turim, em 1844, quando surge o “Oratório São Francisco de Sales”, para atender aos meninos pobres que ora vagavam pelas ruas e dormiam embaixo de pontes ou favelas. Pois ora eram explorados até a exaustão por patrões em conluio com o governo, ora paravam nas prisões ou cooptados por grupos revolucionários.

Porttanto, oferece um abrigo no qual havia trabalho, lazer, educação e oração. Porém, Dom Bosco atrai tanto a amizade de políticos e outras personalidades proeminentes, como o primeiro-ministro da Itália, Camilo de Cavour, a Marquesa Barolo e os Papas Pio IX e Leão XIII. Ma também a inveja e ódio de setores do estado, grupos de interesse e até sacerdotes. Em 1861 abrigava 600 meninos.

Mas, em 1863 os salesianos começam a dedicarem-se às escolas e colégios católicos, cuja demanda aumenta após a separação entre Igreja e Estado na Itália. Na esteira dos salesianos fundou outras associações e o trabalho espalhou-se pela Europa e chegou à América. Em 1888, quando faleceu Dom Bosco, havia 38 casas salesianas pelo continente europeu e 26 pelo americano.

Ódios e Conflitos

Sua posição por conta das boas relações levou a conflito com um Bispo, que só resolveu-se por interferência direta do Papa Leão XIII. Antes, enfrentou acusações de ser perigoso ao governo, pois seu grupo poderia tornar-se revolucionário. Todavia, acusações geralmente de sacerdotes invejosos, e industriais que viam mais dificuldade em explorar negativamente a mão de obra dos meninos e jovens. Conquanto recebiam de São João Bosco educação, catequese, trabalho e acolhimento.

Por outro lado, odiado pelos revolucionários, que perdiam membros para suas fileiras, pelos mesmos motivos que os industriais perdiam sua mão de obra semiescrava. Um filme sobre sua vida conta que Dom Bosco foi alvo de atentados, ordenados por ambos os lados. Teria até acolhido e convertido um dos ofensores contratados.

O Bispo Gataldi acusou-o na década de 1870 como um risco à hierarquia da Igreja, por causa de sua facilidade com os papas e político. Ademais, campanhas difamatórias estendiam-se desde a década anterior, mas o futuro São João Bosco seguiu trabalhando em favor dos mais pobres e menos afortunados.

Milagres e Canonização

Na lista de milagres de Dom Bosco estão fatos ocorridos durante e após sua estadia neste Vale de Lágrimas. A começar pelos sonhos considerados proféticos, como a famosa batalha entre um grande navio (Igreja Católica) e vários navios menores, que atacavam por todos os lados. Mas também relatos de salesianos que viram o sacerdote emanar luz, até mesmo uma visão do Inferno.

Contudo, consideraram as curas de duas garotas católicas, que rezaram pedindo sua intervenção, pois estavam gravemente enfermas. Sendo assim, acaba canonizado pelo Papa Pio XI, em 01 de abril de 1934. Agora São João Bosco, venceu os inimigos que tentavam impedir sua canonização, sendo elevado a santo da Igreja. Também é o santo padroeiro dos ilusionistas e mágicos católicos de palco.

Legado de São João Bosco

Além da extensa obra de caridade em vida, São João Bosco legou os salesianos, que mantém seu trabalho, contando mais de 15 mil membros espalhados por 131 países, com centros juvenis, escolas, colégios, abrigos, paróquias, internatos, missões etc. No Brasil, o Centro Dom Bosco homenageia o santo e realiza trabalho de resgate e defesa da fé, teologia e história da Igreja Católica.

Continuar desagradando aos maus, por intercessão e seus devotos e missionários, reforça a grandeza deste santo, que em vida atraiu os ódios dos piores. Mas reconhecido e valorizado pelos bons papas, políticos, sacerdotes, leigos etc. Teria previsto os atuais tempos sombrios? De fato, os inimigos atacam por todos os lados, mas a esperança e a fé precisam se manter.



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