Descrição
A rapariga Inês Pereira é bela, para os padrões de seu local e época – não uma beleza universal -, entediada e idealista. Ou são as impressões que deixa! Afinal, quer um homem culto, astuto e discreto, mesmo que não seja dono de vastas posses, mas com o suficiente para viverem bem.
Mas não quer um marido para a constituição d’uma família e a proteção que se exigia em tempos tão remotos, de guerras, invasões etc., como o século XV. Não! Queria escapar da vidinha de trabalhos e mesmices. Em Inês Pereira, não há indícios de imaginário formado por romances exagerados e sentimentalistas, como na Emma, de Flaubert. Contudo, seu idealismo turva-lhe o julgamento.
E idealistas são sonhadores, mas raramente percebem que (em geral) pesadelos também começam como ‘sonhos bons’. Inês idealiza, sonha, tem pressa e tanto maus ouvidos como maus conselheiros… à exceção de sua mãe. Sua rebeldia idealista a faz dispensar o partido ‘manso, tolo e de posses’ e jogar-se ao violento e obsessivo. Não que a primeira escolha fosse lá das melhores, mas certamente era melhor do que a segunda.
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