Se você já se perguntou como se comportaria quando os nazistas começaram a perseguir o povo judeu depois que chegaram ao poder em 1934, agora é a sua chance de descobrir
Quando era adolescente e começava a aprender sobre o Holocausto, perguntava-me por que o povo judeu que vivia na Alemanha nazista não saía de casa na década de 1930, quando ainda podiam. Depois, à medida que crescia, passei a entender o viés da normalidade no comportamento humano, dando muito mais sentido.
O DIário de Viktor Klemperer
Viktor Klemperer, um judeu alemão assimilado que permaneceu na Alemanha nazista, horrivelmente perseguido, mas evitou os campos de extermínio. Conseguiu, porque tinha uma esposa não judaica e converteu-se ao protestantismo quando jovem. Porém, manteve um diário dos anos nazistas, publicado com grande alarde na década de 1990, muito tempo depois de sua morte.
Em 16 de junho de 1934, Klemperer escreveu em seu diário:
“Ainda não conseguimos acreditar que as coisas continuarão como estão, ou que piorarão. Continuamos pensando: não continuará assim, precisa melhorar. É uma fase passageira”.
Para ser justo, os nazistas dificultaram a emigração dos judeus. Contudo, judeus como Klemperer eram tão apegados à cultura alemã e tão relutantes em acreditar no pior sobre seus compatriotas alemães que sequer tentaram. Sendo assim, o legado de pessoas tão crédulas pesou sobre os judeus após a guerra.
Ataque Terrorista em Manchester e Evasão Judaica na Grã-Bretanha
O ataque à sinagoga em Manchester na sexta-feira passada, por um muçulmano chamado, veja só, Jihad al-Shamie, ascendeu o sinal para Ben Freeman. Logo, percebeu que precisa abandonar sua terra natal britânica. “Quando uma sociedade deixa claro que os judeus nunca serão mais do que tolerados, a história insiste que ouçamos”, escreveu ele no The Free Press.
“E assim, ao meu redor, judeus candidatam-separa se mudar para Israel. Pois, apesar da guerra e ataques com foguetes, sentem que ficarão mais seguros. Nas mesas de Shabat, essas conversas não são mais raras. Para muitos, a questão não é se partirão, mas quando”.
“Para mim, esse momento chegou”, continuou ele. “Vou para Israel, a terra indígena judaica. Lá não serei um estrangeiro, hóspede ou um intruso indesejado. Não é perfeito. Não é isento de perigos. Mas é nosso”.
Em artigo no Wall Street Journal, o proeminente comentarista judeu britânico Dominic Green observou que os judeus representam apenas 0,5% da população do Reino Unido. Porém, os muçulmanos representam mais de 6%. Como a maioria dos partidos de esquerda europeus, o Partido Trabalhista está na mira dos eleitores muçulmanos. Islamo-gauchismo, como o chamam na França. “O governo perdeu o controle das ruas e abriu mão do controle da narrativa”, escreveu Green sobre a Grã-Bretanha de hoje.
“O país ferve, mas ninguém no poder quer admitir a verdade. Um imigrante muçulmano tentou, e quase conseguiu, cometer um assassinato em massa contra judeus. Mas os líderes de uma potência nuclear deixam-se intimidar ao silêncio e ao apaziguamento por um bando de jihadistas amadores. Os judeus podem ir embora em silêncio. Mas os ingleses comuns não”.
Não, não o farão, e mesmo que pudessem, não há Israel para onde ir.
Multiculturalismo, Crise Migratória e Perseguição ao Povo Judeu Apontam à Guerra Civil
No continente europeu, alguns cidadãos da UE migram para a Hungria em busca de refúgio seguro contra a violência islâmica e migrante. Mas mesmo a Hungria está a uma eleição de capitular às exigências da UE por fronteiras mais abertas. O governo Orbán paga uma multa diária de € 1 milhão a Bruxelas pelo privilégio de controlar suas próprias fronteiras. Entretanto, caso Orbán perca as eleições em 2026, isso pode facilmente mudar.
Um amigo de Budapeste em visita a Londres contou-me que seu melhor amigo de infância, agora um rico empresário, acabou de voltar d’uma compra de apartamento em Dubai. Se ele migrar, será outro milionário britânico abandonando o país sobrecarregado com impostos, a uma taxa de 45 por dia este ano.
Mas se esse homem sair, não será por razões econômicas. Embora more num bairro seguro de Londres, ele quer um lugar para escapar com a família caso a guerra civil comece. Ademais, tem sorte: tem os recursos para escapar. Mas os ingleses comuns não têm.
Durante a maior parte deste ano, David Betz, professor de estudos de guerra do King’s College London, alerta ao público que a guerra civil provavelmente aproxima-se da Grã-Bretanha, França e d’outros lugares da Europa Ocidental. Todavia, baseia sua previsão no conhecimento acadêmico sobre as causas das guerras civis. E culpa o “multiculturalismo assimétrico” como o principal impulsionador do conflito iminente. Isto é, políticas que favorecem etnias não nativas.
Políticos não Combatem a Crise Migratória
Enquanto isso, barcos transportando jovens em idade militar continuam cruzando o Canal da Mancha e desembarcando em praias inglesas. Ministros e políticos reclamam que Algo Precisa Ser Feito. Mas todos sabem que nada acontecerá, pelo menos não tão cedo. Então, consolam-se com as palavras autoconsoladoras de Klemperer, de 1934: “Não pode continuar assim, precisa melhorar. É uma fase passageira.”
O judeu britânico é um canário na mina de carvão da civilização. Um país com tanto medo de sua população muçulmana migrante que não só recusa-se a proteger os judeus. Mas também pune cidadãos não judeus que dizem coisas ‘ofensivas’ sobre migrantes nas redes sociais. Portanto, não é um país preparado para defender a civilização desses bárbaros que permitiu que entrassem por seus portões.
Os assassinatos na sinagoga de Manchester aconteceram na manhã de sexta-feira e, na noite de sexta-feira, uma multidão barulhenta pró-palestina reuniu-se em frente ao número 10 da Downing Street. Na residência do primeiro-ministro. No entanto, nem todos eram muçulmanos ou migrantes. “Não estou nem aí para a comunidade judaica agora”, disse Fiona Smith, 42, ao The Telegraph. Um sinal dos tempos. Afinal, o antissemitismo é galopante na esquerda britânica.
Igrejas Cristãs dobrando-se ao Multiculturalismo
Se você já perguntou-se como comportar-se-ia quando os nazistas começaram a perseguir o povo judeu, depois que chegaram ao poder em 1934… Bem, agora é sua chance de descobrir.
O que enfurece-me, como cristão praticante, é a contínua cegueira dos líderes cristãos europeus em relação aos perigos da migração em massa. Mas principalmente o renascimento do antissemitismo violento, menos d’um século depois que as Leis de Nuremberg, na Alemanha, codificaram a perseguição antissemita. O cristianismo está de costas para a Europa. Mas seerá que não veem o que a chegada de milhões de muçulmanos à Europa representa àqueles que ainda apegam-se à religião ancestral europeia? Às pessoas que esses líderes supostamente representam?
“Proteger as pessoas mais do que as fronteiras” é o lema da Comissão das Igrejas para os Migrantes na Europa, uma ONG ecumênica que promove a migração em massa. Logo, é de perguntar-se se esses teólogos importam-se com os povos da Europa, judeus e gentios. Pois sofrem violência e deslocamento por causa desses migrantes, especialmente de países islâmicos.
Embora a Igreja Católica não faça parte dessa organização, seus bispos e burocratas alinham-se com sua missão. No Dia Mundial das Migrações, em 25 de julho, o Papa Leão XIV emitiu uma declaração pró-migrantes, afirmando, em parte, que “as comunidades que os acolhem também dão um testemunho vivo de esperança”.
E a Esperança do Povo Judeu e às Meninas Inglesas?
Jihad Al-Shamie era um imigrante sírio que naturalizou-se britânico e bem recebido pela Grã-Bretanha. Entretanto, não ofereceu muita esperança aos judeus reunidos na sinagoga de Manchester no dia mais sagrado do ano, não é mesmo? E quanto à esperança que as gangues de estupro de imigrantes muçulmanos paquistaneses ofereceram às meninas brancas inglesas da classe trabalhadora?
Todos nós fomos rigorosamente instruídos por nossos superiores a não ler o romance distópico de 1973, O Acampamento dos Santos, de Jean Raspail. Um artigo de 2019 no The New York Times citou especialistas alertando que o romance – sobre uma invasão de milhões de migrantes na Europa -, é fantasia supremacista branca.
“Raspail pode gabar-se de ser um profeta”, disse Jean-Yves Camus, especialista em extrema direita do Instituto Francês de Assuntos Internacionais e Estratégicos, ao Times na época. “As pessoas agora compram ‘O Acampamento dos Santos’ porque querem ler o livro do escritor que previu os acontecimentos antes de todo mundo”.
Raspail, falecido em 2020, era um desses profetas. Recentemente a Vauban Press relançou o livro numa nova tradução para o inglês de Ethan Rundell. Li o romance pela primeira vez em 2015, quando uma caravana de um milhão de migrantes chegou à Europa a convite da chanceler alemã, Angela Merkel. Todavia, o livro realmente contém algumas passagens racistas chocantes.
Uma Releitura
Mas uma década depois, depois de viver quatro anos na Europa e compreender a dimensão do problema migratório, a relutância dos governos em tomar uma posição para detê-lo e a colaboração da mídia, ONGs e igrejas para suprimir a verdade, reli O Acampamento dos Santos com olhos renovados (adquira abaixo na Amazon).
As falhas morais do romance são mais do que compensadas por sua narrativa da verdade. No domingo de Páscoa, após a flotilha de migrantes desembarcar, um radialista diz ao povo francês: “Vocês recebem súplicas para abrirem suas portas — agora mesmo pelo papa, líder do nosso mundo cristão doente. Mas digo-lhes, eu imploro, que fechem suas portas, fechem-nas rapidamente, se ainda houver tempo!”.
Na história sombria de Raspail, não havia tempo. Mas ainda há tempo para a Europa na vida real? De qualquer forma, em breve não será um problema para Ben Freeman, judeu e patriota britânico cujo país o decepcionou.
Publicado originalmente em The European Conservative, intitulado “British Jews: The Canary in Europe’s Coal Mine“. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.