A vitória da humildade

Lembro-me de quando a Seleção Brasileira de Futebol Feminino foi eliminada pela seleção feminina da Jamaica, que fez vaquinha pra conseguir disputar a copa do mundo. Foi em agosto de 2023. As jamaicanas vivem num canto do mundo, no qual até o futebol masculino não tem expressão e tradição.

Na Jamaica, até mesmo os homens que se aventuram no futebol tem pouquíssimas chances de sucesso e acabam desistindo do sonho futebolístico, porque o que ganham mal paga a comida dos filhos. O projeto do futebol na Jamaica é tão precário, que não banca sequer a própria estrutura para jogar futebol na categoria masculina.

No Brasil, as boas jogadoras desfrutam de toda estrutura que o futebol masculino as legou. Não precisam jogar futebol em campos cheios de buracos e pedras e com bolas de couro pesadas, como os homens o fizeram nos primórdios.

Jogam com todo o acesso a tecnologia e departamentos médicos de qualidade em grandes clubes. Muitas ganham o que jogadores de times pequenos não ganham e nunca ganharão. Sim, o futebol é um mercado que não dá moleza para a grande maioria dos que nele se aventuram.

No entanto, quando chegam nesses grandes clubes e desfrutam de toda a boa estrutura, acesso a mídia e holofotes e salários melhores, ao invés de se sentirem agradecidas pelo espaço e por fazerem parte do projeto como pioneiras, escolhem comprar o discurso feminista da mídia e reclamar do salário delas em comparação ao dos astros do futebol masculino. Esquecem a tradição de mais de um século, que gira todo um mercado futebolístico, empregando milhares de pessoas pelo mundo e que financia hoje, até mesmo, o ingrato projeto embrionário do futebol feminino.

O problema do futebol feminino é a arrogância e o imediatismo típico de gente mimada e prepotente. Querem a paixão, sem a tradição. A glória, sem vitórias e títulos. O reconhecimento, sem a luta e a conquista do próprio espaço.

Nesse dia, a humildade venceu. De novo.


Para saber mais sobre o Instituto Visconde de Cairu – https://ivcairu.org/pagina-exemplo/

Se acredita na importância e quer incentivar o trabalho cultural, clique aqui. Ou leia o QR abaixo.

By Luan Santana

Analista de Sistemas, são paulino apaixonado e aluno do Seminário de Filosofia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Fale Conosco
Verified by MonsterInsights