Algumas autoridades do Establishment Alemão estão tão convencidas de sua retidão que não importam-se de discutir tais opções em público
O suposto amor que o establishment alemão tem pela democracia acabou exatamente quando a democracia — expressa pelo voto popular — deixa de amar o establishment alemão. Assim, com a AfD cada vez mais perto de conquistar o poder num ou mais estados alemães após as eleições de 2026 — especialmente na Saxônia-Anhalt. Ademais, na qual recentemente ultrapassou a marca de 40% numa pesquisa regional pela primeira vez. As figuras importantes do cenário político preparam-se para dificultar ao máximo a governança do partido. Isto é, claro, se não conseguirem simplesmente destituir a AfD do poder conquistado com tanto esforço.
Golpe de Estado?
Os políticos estão considerando destruir documentos antes que a oposição assuma o poder, e até mesmo entregar o poder estadual a funcionários federais (convencionais). E estão tão convencidos de sua retidão que não se importam de discutir essas opções em público. Logo, o deputado do Bundestag pelo SPD, Sebastian Fiedler, afirmou no fim de semana que
“[…] se o cenário concretizar-se e o AfD conquistar a maioria absoluta num estado federal… teremos um enorme problema de segurança!”
Os democratas podem impedir isso.
Conquanto acrescentou: “Prefiro clicar no botão ‘excluir'” a entregar dados sensíveis — como informações policiais e de inteligência interna — a “extremistas”.
Reação do AfD
O AfD, obviamente, percebeu a falsidade dessa retórica “pró-democracia”. Por isso, respondeu que quando autoridades “brincam abertamente com a possibilidade de infringir leis para combater um partido indesejável, não trata-se de proteger a democracia. Mas, sim, mais um abuso da democracia por parte do SPD”.
O porta-voz do partido, Ringo Mühlmann, acrescentou que, longe d’uma “infração trivial”, reter ou apagar dados seria um crime flagrante.
Todavia, isso não desanimou as autoridades, mas, na verdade, algumas foram além. Por exemplo, o Junge Freiheit apontando para discussões sobre a possibilidade d’um governo estadual administrado pelo AfD ser destituído de poderes. E “pela primeira vez na história da República Federal”. Ou seja, o estado seria governado por um representante do governo federal, “um chamado comissário estadual”.
Publicado originalmente em The European Conservative, intitulado “German Establishment Willing To Commit Crime To Limit AfD Ability To Govern“. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.
