Temos a coragem de Charlie Kirk para nos afastar dessa cultura de morte que as elites europeias e americanas tentaram construir sem Deus?
O assassinato de Charlie Kirk provocou um apocalipse nos EUA, uma “revelação” a qual todos os conservadores perceberam de repente — ao observar nas redes sociais e n’outros lugares a reação de muitos liberais. A de que seu país tinha muitos esquerdistas que ficariam felizes em vê-los assassinados por suas convicções conservadoras. Portanto, expuseram o pior dos Estados Unidos da América.
Memorial a Charlie Kirk: Um Divisor de Águas
Mas o culto em memória de Charlie Kirk no domingo (20) — assista à cerimônia completa de nove horas aqui — provocou outro apocalipse. Conquanto 100.000 pessoas, incluindo os membros mais graduados do governo dos Estados Unidos, louvaram abertamente a Deus e à virtude heroica. Sou americano e acostumado a ouvir políticos falando sobre Deus. Mas não assim. Jamais assim.
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, passou seis minutos elogiando o impacto político do assassinado Kirk. Mas, resumindo o significado mais profundo da vida de Kirk, o ministro das Relações Exteriores da nação mais poderosa do planeta passou o último minuto de seu discurso apresentando o Evangelho. Com mais franqueza e clareza do que muitos clérigos.
Vá em frente, assista. Não há uma nota falsa. Marco Rubio, um católico devoto, encontrou no martírio de Charlie a coragem de falar a verdade sobre Jesus Cristo. Ademais, você não ouve esse tipo de coisa no Quai d’Orsay.
Ataques à Perversidade e ao Mal
O evento no estádio teve um estilo totalmente evangélico, assim como o culto de Charlie — e, de fato, é hoje a corrente principal do cristianismo americano. No entanto, parte da retórica mais contundente veio de Stephen Miller, um judeu que atua como vice-chefe de gabinete da Casa Branca. Miller atacou contundentemente as “forças da perversidade e do mal”. Logo, as palavras de Miller deveriam ressoar alto em toda a União Europeia:
Para aqueles que tentam incitar a violência contra nós, que tentam fomentar o ódio contra nós, o que vocês têm? Vocês não têm nada, não são nada além de maldade. São inveja, vocês são ódio. Mas não são nada. Pois não podem construir ou produzir nada. Tampouco podem criar nada. Nós somos aqueles que constroem e que criam. Aqueles que elevam a humanidade. Vocês acharam que poderiam matar Charlie Kirk? Mas o tornaram imortal.
Miller disse que o assassinato de Kirk despertou um “dragão” nos corações daqueles que agora estão determinados a “salvar esta civilização. A salvar o Ocidente e esta República”. “O que você deixará para trás? Nada. Nada. Aos nossos inimigos, você não tem nada a dar, nada a oferecer, nada a compartilhar além de amargura”, ele enfureceu-se.
“Construímos o mundo que habitamos agora, geração após geração, e defenderemos este mundo. Defenderemos a bondade, a luz e a virtude. Pois vocês não podem nos aterrorizar, nem nos assustar, ou ameaçar. Porque estamos do lado da bondade, do lado de Deus”
Construtores da Civilização Ocidental
Sempre estremeço ao ouvir um político dizer que ele e seus seguidores estão do lado de Deus. Para essa tentação, não posso deixar de citar Soljenitsyn: a linha entre o bem e o mal passa pelo centro de cada coração humano.
No entanto, Miller levanta um ponto importante. A civilização ocidental realmente construída por homens — às vezes grandes pecadores — confiantes de que o Deus da Bíblia, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e o Deus de São Pedro e São Paulo, era a garantia da Verdade.
A Europa deveria saber disso melhor do que a América. Afinal, olhem ao redor para a grande civilização que seus antepassados cristãos construíram. Mas que vocês deixam ruir. O que a União Europeia, com uma constituição escrita deliberadamente para expulsar Deus da narrativa europeia, construiu?
Nada que dure, exceto talvez ter entregue as nações da Europa aos descendentes do inimigo histórico da Europa, o islamismo. Portanto, as elites europeias presidem o funeral d’uma civilização outrora grandiosa. Mas que está morrendo porque não acredita mais em Deus nem em si mesma.
O ‘Espírito’ de Charlie Kirk
Será que uma jovem americana alegre, sem formação universitária formal, é a Joana d’Arc de que a Europa precisa agora em sua hora de desespero? Coisas mais estranhas já aconteceram. Vi o espírito de Charlie Kirk vivo nos 20.000 jovens católicos europeus, a maioria franceses, que percorreram o caminho da peregrinação a Chartres em junho passado. As emissoras de TV francesas transmitiram o memorial de Kirk do Arizona. Esses discursos em inglês, mas também falavam com a França e com toda a Europa.
Tulsi Gabbard, a diretora de inteligência nacional, é hindu. Então, naturalmente, não pôde participar do culto a Jesus. Mas disse algo importante para todos nós: “A liberdade de expressão é a base da nossa república democrática. Devemos protegê-la a todo custo, porque sem ela, estaremos perdidos. Charlie sabia disso. Ele viveu isso.”
Será que as pessoas no governo de Keir Starmer, que prendem britânicos por rezarem em silêncio, acreditam nisso? Por conseguinte, será acreditam os burocratas de Bruxelas, autores da Lei de Serviços Digitais? Não, não acreditam. Por isso, perderão a democracia. Por causa dessa falta de fé.
O Secretário de Defesa Pete Hegseth, um homem que tinha problemas com álcool, mas converteu-se ao cristianismo, falou com a veemência d’um pastor. “Esta não é uma guerra política, nem mesmo uma guerra cultural”, disse. “Mas uma guerra espiritual.”
Quem pode duvidar, depois do que vimos nos dias que se seguiram ao assassinato de Charlie? O jovem acusado de matá-lo cresceu numa família mórmon fervorosamente conservadora e religiosa. Todavia, caiu nas fendas da internet e parou no inferno.
Charlie Kirk Inspirou a Coragem nos Cristãos
O vice-presidente JD Vance, convertido ao catolicismo e amigo próximo de Charlie, disse à multidão que acreditava em Jesus há alguns anos. Mas somente após o assassinato de Charlie que sentiu-se corajoso o suficiente para dizer publicamente o que escondia em seu coração. “Acima de tudo, Charlie trouxe a verdade de que Jesus Cristo era o Rei dos Reis. E toda a verdade flui desta primeira e mais importante”, declarou.
E então veio isso de Vance, que muitos acreditam que será o próximo presidente dos Estados Unidos:
É melhor enfrentar um atirador do que viver a vida com medo de dizer a verdade. Muito melhor ser perseguido por sua fé do que negar a realeza de Cristo. E melhor morrer jovem neste mundo do que vender a alma por uma vida fácil. Isto é, sem propósito, sem risco, sem amor e sem verdade.
Este é um chamado ao heroísmo e a resposta à crise de significado. Ou seja, o chamado ao arrependimento pessoal e à luta para salvar o que resta da civilização cristã. Pois se você não se ajoelha diante de Cristo Rei, é melhor preparar-se para prestar suas homenagens ao Califa.
O ápice de um dia extraordinário de discursos ocorreu com o discurso proferido pela viúva de Charlie Kirk, Erika. Ao aproximar-se do pódio, ao som de música, vimos Erika Kirk rezando. Então, olhou ao céu e disse ao seu marido martirizado: “Eu te amo”.
Ápice do Memorial
Erika é católica; seu marido era evangélico. Mas seu casamento mostrou como católicos e protestantes podem trabalhar em estreita colaboração à glória de Deus e avanço do Evangelho. Traçando um contraste implícito com as consequências do assassinato de George Floyd em 2020, Erika disse: “Não vimos violência, nem tumultos. Tampouco vimos revolução. Em vez disso, vimos o que meu marido sempre rezou para ver neste país: um renascimento.”
Sendo assim, quis dizer que havia relatos vindos de todos os lugares de que os americanos voltavam a ler a Bíblia. Os americanos voltaram às suas igrejas — ou à igreja pela primeira vez. Tudo por causa do testemunho de Charlie Kirk. Os evangélicos não acreditam em santos como os católicos. Mas se encontrarem inspiração na vida e morte de Charlie Kirk, estarão a caminho de entender por que os católicos (e os ortodoxos) reverenciam os santos.
E então veio um dos maiores momentos da história americana. Erika Kirk disse que Charlie queria salvar jovens como aquele que tirou sua vida. Chorando e lutando para falar, a viúva Kir disse: “Aquele homem… aquele jovem… eu o perdoo”. Ela soluçou. Mas naquele momento, era possível ver um fardo sendo aliviado. Há uma linha reta entre Jesus na cruz pedindo a Deus que perdoasse seus próprios assassinos e Erika Kirk, quase dois mil anos depois. A viúva de Charlie Kirk perdoando o perdido Tyler Robinson, que roubou seu marido e pai de seus filhos.
“Eu o perdoo porque foi o que Cristo fez, e é o que Charlie faria”, continuou ela. “A resposta ao ódio não é ódio. Mas a resposta do Evangelho, sempre amor. Amor aos nossos inimigos e amor àqueles que nos perseguem.”
O Discurso de Donald Trump
Então, veio Donald Trump para encerrar o longo dia com um discurso tipicamente divagante que desabafou o clima. A única coisa memorável que disse ocorreu quando brincou sobre como, ao contrário de Charlie, odeia seus inimigos. Um momento típico de vergonha alheia de Trump, mas, de certa forma, mostrou como também precisa de Jesus. Pois também precisa de arrependimento.
Também é verdade que esse mesmo homem moralmente comprometido, Trump, nomeou todos aqueles homens e mulheres de seu gabinete que falaram com tanto poder sobre Deus, a verdade e a virtude heroica. O que posso dizer? A história é complicada. Pois Deus, dizem, escreve certo por linhas tortas.
Ataques a Charlie Kirk na Europa
Estou na América agora e não sei como tudo é noticiado na Europa. Vi no programa X que a TV estatal alemã transmitiu uma funcionária da Igreja Luterana chamando Charlie Kirk de “racista radical de direita”. Enquanto um colunista do jornal escocês de esquerda The National comparou o movimento Charlie a criação do manual de Joseph Goebbels.
Imagino que muitos comentários políticos e da mídia europeia sobre o velório de Charlie sejam assim. Mas jamais é demais repetir: europeus, a mídia mente para vocês. Eles mentem o tempo todo. Pois pensem no que Matt Goodwin, o incansável ativista inglês para salvar seu país da migração em massa, tuitou enquanto assistia ao velório de Charlie:
Por que as consequências da morte de George Floyd não foram assim? O filósofo inglês Sir Roger Scruton disse certa vez que o impulso instintivo da esquerda é negar, desmantelar, destruir. Enquanto o impulso instintivo da direita é conservar, preservar e construir. Portanto, dias como hoje demonstram essa diferença.
Guerra Espiritual
Ao assistir à câmera ontem, registrando a multidão no estádio do Arizona — velhos e jovens, brancos, negros e pardos, meus compatriotas americanos. Não consegui esquecer que há muitos americanos (e europeus também) que ficariam felizes em ver-nos todos assassinados. Como no caso de Charlie, pelas coisas nas quais acreditamos. Afinal, vimos esse mal revelado nestes últimos dias. Depois de vê-lo, não há como desvê-lo, e não deveríamos, pois esta não é apenas uma guerra política. Mas uma guerra espiritual.
É uma luta contra a qual todos devemos nos preparar. Muitos dos líderes que temos na Europa — no governo, na mídia, nas igrejas e n’outros lugares — parecem dispostos a negociar a rendição do Ocidente. Conquanto contentam-se em administrar seu declínio, desde que ocorra secular e progressista.
Não precisa ser assim, sabia? Charlie Kirk nunca frequentou a faculdade. Porém, construiu um poderoso movimento estudantil baseado em sua paixão e convicção. E uma das convicções mais fortes dele era que você pode simplesmente fazer as coisas.
No sábado passado, contei a um grupo de conservadores, num encontro na Costa Leste, sobre a esperança e paixão que observei na peregrinação de 20.000 jovens católicos a Chartres. Contei que a Europa está em sérios apuros como civilização e as igrejas em ruínas. A maioria dos bispos franceses não apoia essa peregrinação. Mas os jovens a fizeram mesmo assim, por amor a Jesus e pela paixão de reconectarem-se com suas raízes civilizacionais.
Cultura da Morte
Às vezes, você pode simplesmente fazer as coisas. Se a Europa quiser ser salva, essa geração será a que fará isso. E quem sabe? Talvez a vida, a morte e o testemunho d’um jovem e despreocupado evangélico americano sejam seus maiores aliados. Meu palpite é que Charlie Kirk sabia pouco sobre as glórias da cristandade europeia. Mas sabia o mais importante: que construíu-se nossa civilização sobre a adoração e ensinamentos de Jesus Cristo, um judeu de Nazaré.
Basta. A questão é: temos a coragem de nos afastar dessa cultura de morte que as elites europeias e americanas tentaram construir sem Deus? Somos todos hoje como François, o protagonista do romance “Submissão”, de Michel Houellebecq, de 2015. Pois viu uma manifestação extraordinária de santidade cristã e diante d’uma escolha: vida espiritual ou morte espiritual.
François, um covarde que preferiu o caminho fácil, escolheu mal. Como será conosco? Não deixaremos de ver a existência daqueles que desejam que pessoas como nós sejam assassinadas por vantagens políticas. Mas também não podemos deixar de ver e de ouvir os testemunhos dos amigos e familiares de Charlie no domingo. Como José disse na Bíblia Hebraica (Gênesis 50:20), ao perdoar os irmãos que o venderam como escravo: “O que vocês planejaram para o mal, Deus o transformou em bem”.
Portnato, talvez seja nossa última chance. Vamos aproveitar o dia.
Publicado originalmente em The European Conservative, sob otítulo “Charlie Kirk Shows the West the Way Home“. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.
This piece is such a wild ride through religious fervor and political blame. The idea of Charlie Kirk as a martyr with a dragons awakening is downright dramatic! Meanwhile, the comparison to George Floyds aftermath feels like grasping at straws. But the funniest part? Trump showing up just to say he doesnt hate people like Charlie—because, you know, Jesus. Hilarious!
This article beautifully captures the spirit of Charlie Kirks legacy and the spiritual battle facing the West. The stories of forgiveness and renewal are deeply inspiring.
Há muito tempo que não li um artigo tão direto quanto este sobre a guerra espiritual e a resposta do Evangelho. Será que a Joana dArc americana vai ser a salvadora da Europa? Quem sabe, se os jovens europeus começarem a peregrinar a Chartres a caminho de um renascimento, aí sim vamos ver. Mas, por enquanto, acho que continuaremos a lutar contra o manual de Joseph Goebbels dos esquerdistas e a cultura da morte sem Deus. E talvez, quem sabe, perdoemos os inimigos, como a viúva de Charlie Kirk fez, porque foi o que Cristo fez. A história é complicada, mas quem sabe a Europa, com a ajuda de um jovem evangélico, consiga voltar à sua adoração e ensinamentos de Jesus Cristo.
This article beautifully captures the spirit of resilience and faith following Charlie Kirks assassination. The testimonials highlight a powerful movement driven by conviction, reminding us of the enduring strength found in Christian values. A truly inspiring read.