Bispos da África recusam mudanças contrárias à tradição da Igreja Católica; setor progressista reagiu chamando de “cultura inferior”

Os bispos da África resistem às ‘mudanças controversas’ – eufemismo para “heresias” – presentes no Sínodo da Sinodalidade. Mas a defesa da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana desagradou aos setores progressistas, que tentam introduzir aberrações na instituição. 

Bispos da África contra as Heresias

O arcebispo de Bamenda, Camarões, dom Andrew Nikea Fuanya, afirmou que descreveram a cultura da África como “inferior”, após a resistência dos bispos às ideias progressistas bençãos às uniões homossexuais e a ordenação de diaconisas. 

Todavia, esse resistência advém da defesa da tradição, não de questões culturais. O próprio arcebispo confirmou a ausência de influências da cultura da África na decisão de rejeitar as heresias.

Nossa posição não teve nada a ver com cultura; tratava-se de fidelidade à verdade; fidelidade ao que Cristo ensinou. Tratava-se de fidelidade ao que os Apóstolos transmitiram às gerações

Houve reuniões dos delegados da África antes do Sínodo da Sinodalidade. Nelas decidiram se pronunciar uniformemente contra determinados tópicos do Instrumentum Laboris, do Sínodo. Porém, se pronunciaram através de “duas perspectivas”: as tradições dos padres da Igreja e da sua Santa Doutrina. 

Portanto, não aceitamos a ideia que as pessoas nos dizem que argumentamos a partir da cultura. E que viemos de uma cultura que ainda está em desenvolvimento e por isso não entendemos certas coisas

Pela Unidade da Fé

Em abril deste ano, o cardeal Robert Sarah ‘convocou’ os bispos da África à defesa da “unidade da fé e a verdade do sacerdócio”. No entanto, lembrou de que já fizeram isso no último Sínodo, porém, foram ignorados. 

Tal lembrança serve como alerta para o endurecimento do discurso no próximo Sínodo, em outubro. Pois Sarah denunciou “aqueles cuja única obsessão é agradar aos lobbies ocidentais” e tentam calar “a voz da Igreja na África”. 

A Igreja na África é a voz dos pobres, dos simples e dos pequeninos

Para o cardeal, os cristãos ocidentais se acham “evoluídos, modernos e sábios “, porém, “na sabedoria do mundo”, por causa de sua riqueza material. 

Cultura Inferior?

Também o cardeal Sarah respondeu aos ataques dos “proponentes do relativismo”. Em dezembro de 2023, os bispos da África proibiram a implantação do documento do dicastério para a Doutrina da Fé, o Fiducia supplicans. Sendo assim, a Igreja Católica na África está proibida de implantar a bênção para as uniões homossexuais. 

Por causa dessa atitude, também nessa ocasião os progressistas acusaram a África de “cultura inferior”. Porém, como são covardes, usaram o termo “culturas tradicionais africanas” que estariam ainda em desenvolvimento…

O cardeal classificou esse ataque de “falso e ridículo” e reforçou seus cumprimentos às decisões dos bispos da África. A primeira declaração contra o Fiducia supplicans partiu da liderança do Simpósio da Conferência Episcopal da África e de Madagáscar (SECAM, na sigla em inglês), em 11 de janeiro. Logo após, ocorreram os ataques. 

Alguns afirmaram, numa lógica de neocolonialismo intelectual, que os africanos ainda não estão prontos para abençoar duplas homossexuais por razões culturais

Por fim, pediu vigilância aos bispos, pois ocorrerá a segunda sessão do Sínodo em 24 de outubro. Logo, o cardeal aponta os perigos das Agendas do lobby ocidental (leia-se globalista).

Hipocrisia 

Os defensores dessas Agendas atacam a África sob o argumento de “cultura inferior”, não no sentido de “selvageria e barbárie”, mas eugenista. Ou seja, não estão condenando alguma tribo ou povo com práticas selvagens – como enterrar crianças gêmeas, canibalismo, outros tipos de infanticídio etc. -, porém, comparando os católicos africanos a tais ‘culturas’. 

Entretanto, são os mesmos que defendem as Agendas heréticas argumentando a suposta necessidade da Igreja em adaptar sua Santa Doutrina às ‘culturas’ diversas. Portanto, consideram que estas são ‘culturas evoluídas’. 

Percebemos o critério político-ideológico, ou como bem aponta Ben Shapiro: “Você é inferior – racista, nazista, fascista etc. -, a não ser que concorde comigo e faça o que eu mando”. O mesmo percebeu o cardeal Sarah.

Sabemos que alguns, mesmo que digam o contrário, defenderão uma agenda de reformas. Entre estas está a ideia destrutiva de que a verdade da fé deve ser recebida de diferentes maneiras em diferentes lugares, culturas e povos.

Esta ideia é apenas um disfarce para a ditadura do relativismo tão fortemente denunciada por Bento XVI. O seu objetivo é permitir deficiências na doutrina e na moral em certos lugares, sob o pretexto da adaptação às culturas.

Não façam segredo de seus planos. Então, dirão com falsa gentileza: não se preocupem, não vamos impor esse tipo de inovação a vocês na África. Vocês não estão culturalmente prontos.

Mas a maior hipocrisia dessa gente é exigir adaptações culturais, sendo que toda a cultura do ocidente dependeu da Igreja Católica; chamar de inferiores aqueles que desejam preservar a Doutrina, a Tradição e os princípios que forjaram a Civilização Ocidental. 


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