Tráfico Humano, Exploração Sexual, Islã, Migração, Antissemitismo, Feminismo, Multiculturalismo, Europa, Brasil e muito mais
Recebemos com prazer o “Sim” da Pesquisadora em Tráfico Humano Internacional e Mulheres no Islamismo, Fátima Alves, que realiza excelente trabalho, como podemos verificar em seu perfil profissional no Instagram – instagram.com/fafapovoas/. Uma “portuguesa de alma baiana”, como a própria se define. Suas publicações sobre as verdades incômodas, como: as Mulheres no Islã, Multiculturalismo, Islamismo, Feminismo e Agenda Identitária, transcendem o ativismo e o debate raso que, infelizmente, avançam na sociedade ocidental.
Aproveitem esta entrevista. Sorvam cada palavra e reflitam. Não se arrependerão!
Agradeço pela sua disponibilidade, Fátima, em atender nosso pedido de entrevista. Afinal, sei que está difícil aceitar esse tipo de convite, num ambiente tão ideologizado e raso, como o debate de agendas e política. Também agradeço porque é comum o ego inflado e a recusa por ainda sermos pequenos, quando convidamos alguém de alta qualidade e bem maior nas redes, mas não foi esse o seu caso. Ao contrário, nos tratou desde o começo com simpatia e cortesia
Samara, vivemos em um tempo em que as pessoas nas redes sociais parecem ditar padrões de sucesso, felicidade e relevância. Números de seguidores e curtidas passaram a ser, para muitos, sinônimos de valor e credibilidade. No entanto, essa busca constante por validação muitas vezes cria uma ilusão, um mundo falso onde as aparências importam mais do que a substância. Sinceramente? Não é o meu caso. Nunca foi. Acredite.
Eu acredito! E é mais um motivo para lhe agradecer por esta entrevista
Agradeço imensamente o convite para participar desta entrevista. Será um prazer compartilhar meus estudos, experiências e visão de vida, especialmente em um espaço que preza pelo conteúdo sério e bem fundamentado, como o seu.
Estou certa de que nossa conversa será enriquecedora para ambos e, principalmente, para aqueles que buscam uma análise mais profunda
Nunca fui uma pessoa deslumbrada com aparências. Para mim o que realmente importa é o conteúdo, a verdade e o compromisso com o real. Prefiro cultivar conexões e ideias que sejam genuínas, do que seguir o fluxo de superficialidade da maioria ou como costumam dizer, da manada.
É fácil se perder na pressão de mostrar uma vida perfeita, mas acredito que nossa autenticidade e valores falam muito mais do que qualquer número. Escolho, todos os dias, priorizar o que é verdadeiro, mesmo que isso não gere o mesmo tipo de visibilidade que muitos buscam. No fim das contas, é a consistência e a integridade que permanecem, enquanto o brilho superficial rapidamente se apaga.
O que considero importante são as experiências reais, boas ou ruins, mas reais.
Estou à disposição e ansiosa por esse diálogo!
Acompanho o seu trabalho através do Instagram, e percebo que suas publicações necessitam de muita dedicação à pesquisa. Como começou esse trabalho? Sentiu algum “chamado” ou se deparou com alguma situação (ou situações) que lhe motivaram?
Nenhuma das opções. Rsrs… Sempre fui uma pessoa curiosa e questionadora, desde criança. Acredito que os créditos sejam dos meus pais. Nasci num lar verdadeiramente conservador, ou seja, zero moralismo e muita verdade nua e crua (os europeus são assim). Fui criada e educada a sempre ir atrás dos porquês e pensar com minha própria cabeça. Cresci ouvindo minha mãe falando que “não quero filha minha sendo maria vai com as outras”. Sempre contestei o que estava errado porque sempre vi meus pais fazendo isso com naturalidade. Era comum lá em casa, por exemplo, minha mãe levar crianças vulneráveis (de rua) para dar banho, alimentá-las e vesti-las sempre com as nossas melhores roupas, doava nossos melhores brinquedos etc. Eu e minhas irmãs nunca nos importamos. Nós ajudávamos em tudo. Até hoje somos assim, viu?!
Nunca precisei “me deparar” com alguma situação ao longo da vida para me motivar a fazer o que é certo porque tais motivações sempre estiveram presentes em casa, nos meus pais. Então para mim é tudo muito natural. Acredite.
Seu trabalho de pesquisa parece ser bem intenso…
Sim, pesquisar requer dedicação, organização e comprometimento com os fatos. Mas para mim, Fatima, pesquisar requer ter, além do que já mencionei antes, uma espécie de “espírito questionador” e curioso dentro de si. Eu tenho esse “espírito” questionador, curioso, desbravador e justiceiro. Sabe o que é curioso sobre mim nesse sentido e, talvez, até contraditório? Nunca fui uma aluna nota 10. Dei muito trabalho para minha mãe nesse sentido. Foi uma luta danada! Dei muito trabalho, Samara! Sempre fui muito inquieta (mentalmente) e só depois de algumas décadas descobrimos o porquê. Fui diagnosticada com TDAH aos trinta e tantos anos e depois do tratamento praticamente “renasci”.
Essa história deixarei para outra entrevista nossa, ok?! Apesar da trabalheira que dei à minha mãe na escola, nunca dei qualquer desgosto aos meus pais. Sempre tive muito juízo, inclusive para fazer “coisas erradas” inerentes da idade. O mesmo não ocorreu com as amigas da época que engravidaram com 14 e 15 anos e os pais delas achavam que suas filhas eram “santas” e eu a “ovelha negra”. Nada como a vida para dar o xeque-mate, não é mesmo?! Rs…
Sou o que sou e faço o que faço porque sou filha dos meus pais! Eu os amo profundamente!
O primeiro assunto, claro, é sobre as Mulheres no Islã. Vemos que há um foco na questão dos estupros, pedofilia (casamento e violação sexual de crianças) e tráfico humano para exploração sexual. Qual a real situação das mulheres e meninas no Islã hoje?
Para responder sua pergunta, precisamos compreender o conceito de cultura. Cultura é uma construção social que molda a maneira como as pessoas veem o mundo e pode ser pensada como a maneira pela qual as pessoas preservam as sociedades e atendem a uma série de necessidades humanas. Sistemas de crenças, valores morais, sistemas políticos, comportamentos e tradições compartilhados são fatores que compõem uma cultura.
Muitos de nós não têm consciência do tremendo impacto que a cultura exerce em nossas vidas quando estamos cercados por indivíduos que compartilham as mesmas suposições, crenças, costumes e valores. Por exemplo, o que é certo e legalizado num país pode não ser em outro. Quando não temos essa consciência experimentamos o “choque cultural”. O que isso significa? É quando nos encontramos em uma cultura diferente daquela a que estamos acostumados. Tudo muda, desde a forma como falamos e expressamos nossos sentimentos até o sistema de leis.
Pode nos dar um exemplo?
No ocidente casamento infantil é proibido moralmente e legalmente (LEI), certo? Nos países de cultura e sistema islâmico o casamento infantil é moralmente e legalmente aceito/permitido. Para nós é uma aberração, para eles não. É normal. As mulheres são livres no ocidente, gozam dos mesmos direitos legais que os homens. Nos países islâmicos não! As mulheres muçulmanas para existirem fora de casa precisam da autorização de um tutor masculino, ou seja, de um homem. Para trabalhar, casar, estudar e até dirigir a mulher muçulmana precisa da autorização do HOMEM.
O Islã é ‘só’ uma religião?
O islamismo não é “só” uma religião, não no sentido usual. Religião é definida como um conjunto de crenças relativas à causa, natureza e propósito do universo… geralmente envolvendo observâncias devocionais e frequentemente contendo um código moral que governa a conduta dos assuntos humanos. No islamismo é diferente. O islamismo abrange todos os aspectos da vida, como política, economia e cultura, pois é uma religião que fornece normas e princípios que visam GOVERNAR a vida humana em todos os aspectos. O islamismo não reconhece nenhum tipo de separação entre religião e vida; religião e Estado. Ou seja, um muçulmano deve se submeter completamente e sem reservas à vontade de Allah em todos os seus assuntos. As normas, valores, sistemas e lei islâmica (sharia) estão no alcorão, o livro sagrado do islã.
Você me perguntou sobre a real situação das mulheres e crianças no islamismo; a questão dos estupros, pedofilia (casamento e violação sexual de crianças) e tráfico humano para exploração sexual. Pois bem. Entendo que aqui temos duas situações reais. A primeira é, que, num contexto geral para as mulheres e crianças dos países de sistema, religião e cultura islâmica, a situação é como sempre foi. Para eles não há nada de errado com o sistema político (teocracia) e cultural. A segunda é, que, para nós ocidentais essas situações divergem integralmente das nossas leis, sistema político (democracia) e cultura que foi desenvolvida com base nos valores cristãos.
A ‘situação’ das mulheres islâmicas parece muito diferente do Ocidente…
No sistema islâmico as mulheres não gozam dos mesmos direitos legais que os homens. Os casamentos infantis são permitidos. As violações são, sim, permitidas contra mulheres. Em alguns países mais e noutros menos. Mas a base islâmica é exatamente a mesma. Meninas e meninos são constantemente vendidos para casamentos desde sempre. É cultural. Se, para nós, ocidentais, esses casamentos configuram crimes de tráfico humano, estupro, estupro de vulnerável (pedofilia) etc., para eles não! Tudo isso é sobre diferenças culturais. Podemos afirmar que eles são criminosos e psicopatas? No sentido literal, não. Por quê? Porque como eu disse anteriormente, para eles todos esses atos são normais, aceitos e legais.
Samara, se me permite, acho importante fazer uma “pequena” observação, aqui. ..
Claro!
Estou generalizando ao falar sobre o islamismo e culturas. Isso é importante para a compreensão de textos mais abrangentes. Muitos, infelizmente, confundem generalização com unanimidade. Unânime é quando algo é aceito por todos, sem exceção. A generalização é quando aplicamos conclusões obtidas a partir de DADOS específicos de um conjunto de informações que identificam um “padrão”, algo em comum para um conjunto mais amplo. Generalização é um conceito extremamente importante em diversas áreas, como a ciência de dados e análise de dados.
Quando digo, sem hesitar, que o islamismo é INCOMPATÍVEL com os valores ocidentais, estou generalizando. Essa incompatibilidade, infelizmente, está trazendo para o ocidente sérios problemas porque o islamismo é também uma ideologia política expansionista. Os imigrantes oriundos de países islâmicos NÃO se adaptam aos valores ocidentais. Não vão se adaptar porque essa adaptação à qualquer outra cultura que não seja a islâmica é “Haraam”, ou seja, é proibido pela fé. Então, gostemos ou não, temos um problema aqui e precisamos conversar com honestidade. NÃO EXISTE LIBERDADE NO ISLAMISMO, principalmente para nós, mulheres. Reconhecer isso não pode ser correlacionado à tal “islamofobia”. Trata-se apenas de se reconhecer um FATO.
Houve um ataque a milhares de mulheres na Alemanha, em 2016, que sofreram estupros coletivos. Vi em seu perfil no Instagram, que o governo Merkel reagiu publicando um “Manual de Sexo com Alemãs”. Como as sociedades, os governos, os bons cidadãos, podem agir para proteger suas mulheres e meninas dessa ameaça?
Samara, os estupros coletivos não aconteceram “só” uma vez. Infelizmente. Foram vários ataques aos longos dos anos e eles continuam acontecendo cada vez mais e mais. Na Alemanha são vários casos, entre eles tivemos os ataques em Colônia com mais de mil mulheres vítimas de agressões sexuais na mesma noite. Em 2018 na cidade de Freiburg teve mais um estupro coletivo de uma mulher alemã do lado de fora de uma boate. Dez homens, imigrantes (a maioria sírios) foram condenados.
No Reino Unido temos inúmeros casos envolvendo estupros coletivos e tráfico humano infantil, sequestros e assassinatos, como os de Rotherham, onde mais de 1,4 mil CRIANÇAS inglesas foram vítimas de exploração sexual entre os anos de 1997 e 2013; Manchester – meninas em situação de vulnerabilidade eram atraídas com comida, drogas e dinheiro. Todas elas foram forçadas a terem “relações sexuais” (termo correto é estupro) até 20 vezes numa noite; França – uma menina judia de 12 anos foi vítima de um estupro coletivo este ano nos arredores de Paris. São centenas desses casos. Os agressores nestes casos? Homens (imigrantes) muçulmanos do Paquistão, Síria, Iraque, Afeganistão… Eles consideram as mulheres ocidentais como cidadãs de terceira classe. Não acredita em mim? Basta dar um Google! Não é preciso ser pesquisador para ter acesso às informações que expus, Samara.
Você me perguntou como as sociedades, os governos, os bons cidadãos, podem agir para proteger suas mulheres e meninas. INFORMAÇÃO é a resposta. Não podemos fazer vistas grossas para tais atrocidades por medo das acusações de “islamofobia”, “xenofobia” ou “intolerância religiosa” quando na verdade são eles os intolerantes e xenófobos. São eles, não nós!
Como vês a situação da Imigração descontrolada de indivíduos de cultura totalmente diversa para a Europa – e especialmente Portugal – atualmente? Há também um excesso de proteção e privilégios que os próprios portugueses não desfrutam? Riscos de aumento da insegurança e violência?
Vejo com muita tristeza, principalmente no meu Portugal. A Europa não é mais a mesma. As ruas sujas, brigas nas ruas e MUITO assédio! É horrível! Portugal que era o sexto país mais seguro do mundo, já não é mais! A imigração descontrolada de um grupo específico de migrantes (países islâmicos) trouxe para Portugal (e Europa) muita criminalidade e conflitos culturais (choque cultural). Quando estou em Portugal costumo tomar algumas precauções como não andar sozinha nas ruas, pensar 10 vezes antes de aceitar um Uber, por exemplo. Sim, há um excesso de proteção e privilégios que nem os portugueses desfrutam mas pagam pela manutenção dessa proteção e privilégios.
Segundo o autor de “A Guerra Contra Israel – Das Perseguições e Invasões às Origens do Terrorismo Islâmico” – que é meu marido rsrsrs -, a escalada bélica contra Israel e sua óbvia reação pode ter alimentado os movimentos antissemitas no mundo e elevado a ameaça da imigração de muçulmanos. Igrejas são incendiadas, ataques a faca só aumentam e manifestações estouram no Reino Unido. O povo europeu começou a se levantar? As eleições ao Parlamento Europeu e o crescimento de forças conservadoras é um indicativo, ou nós (no Brasil) estamos fazendo uma leitura apressada e incorreta ou exagerada?
Não diria que a leitura estaria apressada, mas equivocada. Por que digo isso? Porque na América Latina temos um “ingrediente” chamado populismo, na Europa não. As reações que estamos assistindo por toda Europa são mais pragmáticas e racionais. Elas não estão necessariamente ligadas a uma determinada ideologia ou posicionamento político esquerda ou direita.
O aumento da migração islâmica para a Europa, especialmente nas últimas décadas, tem sido impulsionado por conflitos e crises econômicas. Embora essa migração tenha trazido diversidade e enriquecido as sociedades europeias em alguns aspectos, também trouxe tensões culturais seríssimas. O choque cultural entre as tradições islâmicas e os valores ocidentais, como a laicidade, os direitos das mulheres e a liberdade de expressão, tem evidenciado que a integração dessas culturas tão distintas é um problema, sim! Estamos assistindo a imposição da religião islâmica no espaço público, vestimentas tradicionais como o Hijab, e questões como a aplicação de leis e costumes islâmicos em países europeus. Os imigrantes islâmicos querem a implementação da SHARIA na Europa. Isso é certo? Claro que não!
Então, qual é o grande problema dessa migração islâmica na Europa?
Entendo que o problema da crescente migração islâmica na Europa é tentativa de desconstrução dos valores ocidentais, que são historicamente baseados na liberdade individual, laicidade do Estado e direitos das mulheres. A real razão da maioria dos conflitos que estão ocorrendo na UE é o desequilíbrio entre duas culturas distintas, onde somente uma delas (islâmica) desrespeita às leis, a cultura ocidental e a preservação desses valores, que para nós são fundamentais.
As tensões que estão a ocorrer em vários países europeus, não têm a ver com ideologias políticas conservadoras, socialistas ou Woke. Tem a ver com uma reação óbvia onde a mensagem é: “a coexistência pacífica entre essas duas culturas distintas é complexa. Precisamos falar sobre isso. Temos um problema sério aqui e que precisa ser debatido com honestidade, sem viés político.”
Infelizmente, me parece, no momento, que os líderes usando esses conflitos para argumentar que a coexistência pacífica entre culturas distintas não está sendo possível porque cidadãos europeus são preconceituosos, nazistas, conservadores etc… Quando sabemos que o problema NÃO é esse. Não mesmo. O tecido social islâmico é problemático quando comparado ao tecido social ocidental. Reconhecer isso não deveria ser um problema ou um crime.
E sobre o Antissemitismo? Houve realmente aumento na Europa?
Sobre o antissemitismo, entendo que é uma forma de preconceito que tem raízes profundas na história mundial, existindo há séculos. Desde a antiguidade, os judeus enfrentaram discriminação e perseguição em diversas culturas e países, seja por razões religiosas, econômicas ou sociais. Movimentos antissemitas, como a expulsão de judeus de diversos países europeus na Idade Média, os pogroms na Europa Oriental e o Holocausto na Alemanha nazista, são marcos trágicos dessa longa trajetória.
O que estamos vendo atualmente não é um fenômeno novo, mas uma continuação dessa intolerância histórica. A diferença é que a internet, com sua capacidade de disseminar informações (e desinformações) rapidamente, amplificou o alcance dos fatos, acontecimentos e discursos. Por exemplo, as redes sociais e fóruns online oferecem espaço tanto para quem quer fazer o bem como para quem quer fazer o mal.
Tudo que ocorre nesses espaços se propagam de forma muito rápida e global, nos dando a impressão que antissemitismo está crescendo ainda mais. Não acho isso. Como disse, ele sempre existiu, mas a internet tornou visível a dimensão desse problema e a necessidade de enfrentá-lo em escala global.
Desviando um pouco, Fátima… Também tratas de Agendas Identitárias, como LGBT, Aborto e Feminismo. Como essas agendas contribuem ou incentivam o tráfico humano para exploração sexual? Neste caso, quais os riscos de seus avanços para as Famílias?
Excelente pergunta, Samara! Não vejo equivalência ou correlação direta entre as pautas identitárias promovidas pela esquerda e o tráfico humano, embora, em alguns debates, essas questões sejam equivocadamente associadas. As pautas identitárias da esquerda estão focadas em questões políticas ideológicas. O objetivo dessas pautas é promover o que eles entendem como igualdade, inclusão e justiça social.
Por outro lado, o tráfico humano é um crime gravíssimo que explora vulnerabilidades sociais, muitas vezes ligado a redes criminosas que lucram com a exploração sexual, trabalho forçado e escravidão. Embora as vítimas do tráfico humano possam ser membros de grupos marginalizados, a pauta identitária da esquerda não promove ou incentiva o tráfico humano.
Eu, Fátima, acho importante distinguir claramente que práticas criminosas independem de gênero, cor de pele, religião ou posicionamento político. Confundir ou associar esses dois temas obscurece o entendimento das causas e pode prejudicar os esforços para combater o tráfico humano e promover a justiça social.
As feministas, cuja narrativa é de “defesa das mulheres”, soam muito hipócritas quando levantam faixas de “Palestina Livre” e realizam manifestações de defesa da imigração descontrolada e do terrorismo. Isso tem raízes nas próprias teóricas feministas? Como a própria exploração sexual e pedofilia? Vi uma publicação sua no Instagram sobre nomes como Alexandra Kollontai, Kate Millet, Simone de Beauvoir, Shulamith Firestone e Judith Butler, e me interessa o assunto
A primeira coisa que precisa ser enfatizada, aqui, para quem vai nos ler, é: Direitos Humanos, Direitos das mulheres, a luta contra o racismo e toda e qualquer forma de preconceito não são pautas da esquerda, nem da direita, mas humanas.
Não sou feminista. Nunca flertei com o movimento feminista. O motivo é simples, para a decepção de muitos rs… Expliquei no começo da entrevista que sempre fui uma pessoa questionadora, desde criança. Na minha adolescência, na escola, vi muitas meninas falando sobre ser feminista etc. A primeira pergunta que fiz foi: o que é feminismo¿ É sobre o quê¿ Onde surgiu¿ Ninguém conseguiu me responder.
Então, fiz o obvio: pesquisar. Ia para a biblioteca da UNB, pedia ajuda, anotava as referências, obras, copiava textos e informações, e minha mãe comprava os livros para mim. As principais fundadoras do movimento feminista, posso afirmar que li praticamente quase todas as obras que elas produziram. Li Mary Wollstonecraft, Emmeline Pankhurst, Alexandra Kollontai, Kate Millett, Simone de Beauvoir, Betty Friedan.
Quando comecei a conhecer e entender o que era o movimento feminista, concluí que eu não seria feminista. Por que? Porque temos valores morais e intelectuais distintos. Só isso.
O que foi mais importante para lhe fazer recusar as influências feministas?
O movimento feminista é um movimento político de esquerda. Nunca me identifiquei com a Esquerda. O movimento feminista é anticapitalista. Eu não sou. Nunca fui. As feministas acreditam e defendem o coletivismo. Eu acredito e defendo o indivíduo. O indivíduo é o pilar de qualquer sociedade. TODAS elas eram comunistas. Todas, sem exceção. Sempre fui conservadora, acredito na liberdade individual, na preservação dos bons valores independente de religião, gênero ou raça. As feministas não defendem as mulheres. Elas defendem mulheres feministas. Eu defendo as mulheres, sendo elas feministas ou não. Agora te pergunto: como eu poderia ser feminista se não concordo com absolutamente nenhuma das teorias desenvolvidas por elas¿ É só isso. Ninguém deveria problematizar algo tão simples.
Não sou mãe. Nunca quis. Mas sou filha de pais maravilhosos! Eles me criaram e me prepararam para o mundo. Sem pudor hipócrita e sem moralismos. Lá em casa a autorresponsabilidade era lei e a verdade era nua e crua. Deu certo! Hoje estou aqui e sou imensamente grata ao meu Pai e a minha Mãe. Acho que as famílias no Brasil deveriam seguir os exemplos dos meus pais. Eduquem seus filhos para o mundo e confie neles, afinal, são seus filhos. Dificilmente eles farão algo que não viram em casa.
Um dos ‘avanços’ identitários é a invasão de homens nas categorias femininas dos esportes, como vimos nas Olimpíadas. Qual seu posicionamento sobre isso e como podemos agir?
Nessa questão tenho “lugar de fala” como dizem hoje em dia. Sou ex-nadadora e posso afirmar que “mulheres” trans NÃO deveriam competir na categoria feminina. Biologicamente as mulheres trans continuam sendo homens. Toda sua fisiologia é masculina, ou seja, ‘elas’ têm uma enorme vantagem sobre nós, mulheres. Na natação, por exemplo, características físicas têm muita influência no resultado. Altura, tamanho da envergadura, das mãos etc. Um homem sai disparado na nossa frente. Isso não é justo! É misoginia pura e simples. Sinceramente? Não tem muito o que se falar sobre isso, pois é obvio.
O atleta mais ‘polêmico’ foi Khelif, no Boxe Feminino. No começo, fiquei surpresa por ser um atleta da Argélia, país de matriz islâmica, pois gays podem ser punidos com a morte. Depois, descobri que há teóricos do islã que defendem a ‘opção’ dos gays de passarem por uma ‘transformação’ para ficam com seus corpos em conformidade com sua sexualidade…. Você também passou por isso? Se surpreendeu, ou já imaginava esse tipo de agenda no seio do islã?
Não me surpreendeu em nada, pois estudo o islamismo. No islamismo a cirurgia é permitida, mas somente em alguns casos bem específicos, como por exemplo no caso da pessoa ter sido criada originalmente como homem ou mulher, mas seus órgãos genitais estavam escondidos e que não tenha tido experiências sexuais. Nesse caso, é permitido fazer cirurgia para fazer esses órgãos aparecerem, e dar a ele ou ela remédios ou hormônios para fortalecer as características com as quais Allah o criou originalmente.
Mas no caso de alguém que foi criado de acordo com sua genitália feminina ou masculina – eles chamam de intersexo ambíguo – a cirurgia não é permitida.
De acordo com uma fatwa estudada e interpretada pelos acadêmicos do Comitê Permanente para Emissão de Fatwas, Allah cria o que Ele quer. Ele concede (descendência) feminina a quem Ele quer, e concede (descendência) masculina a quem Ele quer. Allah é o Onisciente e é Capaz de fazer todas as coisas. [Ash-Shura 42:49]. Ou seja, independentemente de ser um caso permitido no islamismo, a premissa é que o muçulmano deve aceitar e se contentar com tudo o que Allah cria e decreta.
Os casos que vimos nas Olimpíadas e dentro de alguns esportes, vejo, sim, uma forte influência da agenda identitária, que é MISÓGINA.
O que podemos fazer contra isso? Continuar lutando a favor das Mulheres no esporte.
Voltando ao Tráfico Humano. Esse tema é tratado como ‘teoria das conspiração’ e ‘lenda urbana’ por grandes veículos de imprensa ao redor do mundo, principalmente os que seguem um editorial à esquerda. Por que essa sanha em negar um problema real e tão grave? Há muito dinheiro dessa ‘indústria’ financiando esses ataques?
Tráfico humano sempre existiu desde que o mundo é mundo! Quem dera fosse lenda urbana. Não é.
A negação que existe em torno de problemas sérios e graves, independe, na minha opinião, de lado político. A direita brasileira, por exemplo, ignora e despreza profundamente os problemas sociais como racismo, direitos humanos, tráfico humano. Esses problemas são REAIS. Por outro lado, a esquerda brasileira usa essas pautas em benefício próprio para angariar mais poder, dinheiro e influência ao mesmo tempo que banaliza e esvazia todas essas questões que são extremamente importantes.
Desde que o mundo é mundo, onde há poder e dinheiro, existe também um bastidor sombrio envolvendo crimes, prostituição e perversidade. Nada disso é novo.
Um exemplo de boicote político não seria o ataque massivo ao filme “Sound of Freedom”?
Em relação ao filme “Sound of Freedom”, minha opinião certamente será polêmica. Teve, sim, muito sensacionalismo em torno dele. Assisti o filme e achei horrível. Direção ruim, roteiro ruim, trilha sonora péssima, dentre outras coisas. O filme não retratou a realidade nua e crua. Isso posso afirmar com tranquilidade a todos vocês. Vi, sim, teorias conspiratórias e não gostei do tom do filme, que me remeteu à uma novela mexicana do SBT.
Querem um filme de verdade, forte e impactante, sobre esse tema envolvendo tráfico humano infantil? Assistam “PARA SEMPRE LILYA”, do diretor sueco Lukas Moodysson. O filme é uma porrada na nossa alma. É preciso ter estômago para assisti-lo. Assistam e depois me contem!
Qual a importância de obras como da Dra. Patrícia Silva (Mulheres que o Feminismo não vê)? Quais outras iniciativas educacionais e culturais podem (e devem) ser realizadas na luta contra as Agendas Internacionais e suas ramificações (tráfico humano, exploração sexual, pedofilia, aborto etc.)?
A Dra. Patrícia Silva, na minha vida, foi um presente de Nossa Senhora. Tenho certeza.
A importância de obras como as da Dra. Patrícia, é imensurável. Ela estuda, trabalha incansavelmente para abordar questões que ninguém quer abordar da forma correta, ou seja, com honestidade, responsabilidade e sem populismo e ideologismos. A Dra. Patrícia é uma Mulher (com M maiúsculo mesmo) acadêmica e que consegue dialogar com muita maestria e brilhantismo com a grande massa, o povão carente de educação. Ela é, sem dúvida, uma referência para todos nós, mas principalmente para meninas, mulheres, meninos e homens pretos. O racismo existe, sim, no Brasil. E precisamos falar sobre isso. O movimento feminista foi na sua raiz um movimento racista, sim. E a Dra. Patrícia expõe no seu livro – Mulheres que o Feminismo não vê – essa verdade incomoda. Precisamos de mais “Patrícia’s” no Brasil e no mundo.
Sobre iniciativas culturais e educacionais, a fórmula é simples: EDUCAÇÃO. Precisamos incentivar a EDUCAÇÃO e tudo o que nela existe: boas escolas, bons diálogos dentro de casa entre pais e filhos, leitura, pesquisas, livre debate, desenvolvimento de senso crítico e da autorresponsabilidade. A tão famigerada “liberdade” mora na autorresponsabilidade. Uma não existe sem a outra.
Uma última pergunta, Fátima…. Pode deixar um recado aos nossos leitores? Com certeza, ficarão mais atentos à importâncias de tratar desses temas
Sejam autorresponsáveis. Não tenham medo de pensar sozinhos. Leiam, pesquisem, questionem SEMPRE e por ultimo e não menos importante, acreditem em vocês. Não abram mão dos seus valores e do que acreditam só para serem validados socialmente. Não vale à pena. Acredite, o preço que você pagará, cedo ou tarde, será alto.
Um beijo grande e até a próxima. Obrigada, Samara e Roberto.
Novamente, muito obrigada, Fátima, pela sua disponibilidade e cortesia. Deus lhe abençoe e Nossa Senhora de Fátima sempre interceda pela sua Vida e a dos seus.
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