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E-BOOK |VICENTE, GIL | A Farsa de Inês Pereira| Instituto Visconde de Cairu | 1ª Edição | São Caetano do Sul | SP | 2024 | 86 páginas
Sabemos quando um livro é bom ao longo da leitura, que nos cativa ou afasta, conforme o desenvolvimento dos personagens, narrativas e estilo do autor. Claro, desde que não sejamos uns tatuíras, como chamava Monteiro Lobato.
Todavia, quando é um clássico, descobrimos nas primeiras linhas. É assim com Anna Karenina, de Tolstoy, ou Recordações da Casa dos Mortos, de Dostoievsky, ou Dom Casmurro, do nosso Imortal Machado de Assis, e podemos montar uma lista quase infindável, com Camões, Cervantes, Shakespeare, Dante, Dumas, pai, Racine, Petrarca, Thomas Mann, Rilke e tantos outros.
Esta é a regra de A Farsa de Inês Pereira! Um clássico logo nas primeiras linhas. Uma personagem que se apresenta cantando em galego e ‘amaldiçoando’ o próprio trabalho, numa mistura perfeita entre o cômico e o vulgar. Quem não ri dessa cena com cinismo, é cínico per-si.
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O trabalho editorial foi realizado com muito cuidado. Coube ao editor escrever uma curta apresentação, inserir as notas e cuidar da montagem final. Não há outra edição como essa no mercado.
Não produzimos e-book’s comuns, mas com a qualidade dos melhores livros impressos. A experiência do leitor é aprimorada!

Descrição
A rapariga Inês Pereira é bela, para os padrões de seu local e época – não uma beleza universal -, entediada e idealista. Ou são as impressões que deixa! Afinal, quer um homem culto, astuto e discreto, mesmo que não seja dono de vastas posses, mas com o suficiente para viverem bem.
Mas não quer um marido para a constituição d’uma família e a proteção que se exigia em tempos tão remotos, de guerras, invasões etc., como o século XV. Não! Queria escapar da vidinha de trabalhos e mesmices. Em Inês Pereira, não há indícios de imaginário formado por romances exagerados e sentimentalistas, como na Emma, de Flaubert. Contudo, seu idealismo turva-lhe o julgamento.
E idealistas são sonhadores, mas raramente percebem que (em geral) pesadelos também começam como ‘sonhos bons’. Inês idealiza, sonha, tem pressa e tanto maus ouvidos como maus conselheiros… à exceção de sua mãe. Sua rebeldia idealista a faz dispensar o partido ‘manso, tolo e de posses’ e jogar-se ao violento e obsessivo. Não que a primeira escolha fosse lá das melhores, mas certamente era melhor do que a segunda.