Somente os membros da imprensa militante, que não são analistas, mas torcedores, e a ala histérica do direita, que reage d’uma forma irracional às manchetes dos mesmos veículos que tanto critica, surpreenderam-se com a vitória de Javier Milei
Nos últimos dois anos, o presidente da Argentina, Javier Milei, tornou-se alvo da imprensa militante de esquerda. Ou seja, aquela que não realiza análises sérias, ignora os fatos, constrói narrativas distorcidas e torce com mais fanatismo que um membro de organizada. Não bastasse conquistar a presidência de um país com sérios problemas estruturais, pobreza generalizada, inflação elevada etc. Milei precisou enfrentar a oposição da imprensa dos políticos de esquerda do “quanto pior, melhor”. Mas a população argentina que dirigiu-se às urnas no último domingo (26) demonstrou seu reconhecimento do trabalho do presidente. E sua equipe, para suspresa dos torcedores e histéricos de plantão, deu-lhe a vitória com 40,66% contra 31,67% dos peronistas (esquerda).
Direita Histérica
Se você ofende-se ao ler o termo “Direita Histérica”, acreditando que o emprego para toda a direita, ou com ‘frescuras de isentonismo’… Ou você participa dessa ala histérica e a carapuça serviu-lhe, ou precisa corrigir suas dificuldades em interpretação de texto. Ademais, se encaixar-se no segundo caso, assine a Revista Digital Brasil Secreto e receba acesso gratuito às aulas Módulo I do primeiro Curso de Literatura, Imaginário e Redação do Instituto Visconde de Cairu (lançamento oficial em 20/11).
Quando emprego o termo “direita histérica”, eu refiro-me “única e exclusivamente” aos indivíduos que leem as manchetes da imprensa militantes – que tanto criticam – e saem espalhando o desespero. Ou seja, que acreditam nas narrativas, sem sequer verificarem as informações (e “falta de tempo” não é desculpa). Por exemplo, os que acreditaram que a Argentina sob Milei piorou, que sua popularidade derretia e perderia as eleições. Assim como quem desesperou-se com a vitória dos peronistas na Província de Buenos Aires, porque a imprensa militante vendeu como enorme derrota de Milei.
Por isso, verificar as informações, analisar com calma os fatos, dados e cenários, é imprescindível. Aliás, de que adianta criticar a Globo, a Folha de São Paulo, a UOL, Carta Capital, Metrópoles, G1, Globo News, CNN etc. Se continua a usá-los como principais fontes de informação e conhecimento?
Controle das Reações
É o mesmo que ocorre em relação à obra Capitães de Areia, de Jorge Amado. Pois considerada por muitos ‘direitistas’ como pró-bandido, militância de ‘direitos dos manos’ etc. Todavia, leitores atentos perceberão uma maturidade diferente no autor baiano. Mui perseguido pelos comunistas de seu tempo ao recusar-se a produzir militância, ao invés de literatura. O que também demonstra a importância de conhecer o mínimo da biografia d’alguém, antes de opinar sobre sua pessoa ou obra. Enfim, Capitães da Areia não produz militância alguma, mas a perseguiçao comunista ao autor introduziu essa ideia no imaginário para afastar a ‘direita’ de sua obra.
Outro exemplo, a animação “Encanto”, vendida para imprensa militante como progressista, pós-moderna, ‘lacradora’… Contudo, sendo o contrário disso tudo! Com tal, conseguiram que muitos na ‘direita’ criticassem sem assistir, mantivessem os filhos distantes e boicotassem. Mas mal sabem o que perdem, ou melhor, o que negam aos seus filhos.
A esquerda brasileira especializou-se em controlar as reações dos adversários. Para isso, elogia ou ataca pessoas, obras e instituições, para gerar as reações exatamente contrárias de repulsa ou defesa. Assim como vende informações falsas, nas embalagens de narrativas frágeis frente qualquer análise básica, mas sabendo que pouquíssimos analisarão. E que menos ainda publicarão a verdade e esforçar-se-ão em disseminá-la. Portanto, semeando desesperança, raiva e o desespero, para colher histeria coletiva e autofagia. Quem controla suas reações, controla você.
Voltando a Javier Milei e à Província de Buenos Aires
No entanto, quem leu a cobertura do IVCAIRU acerca da eleição na província de Buenos Aires – não confundir com a cidade de mesmo nome – não caiu na narrativa. Demonstrei na época que a derrota do partido de Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA), trouxe pequenas vitórias e não tratou-se d’um desastre, como vendido. Nosso leitor pode conferir em “Milei Perdeu por Pouco em Província de Buenos Aires“.
O LLA cresceu na província de Buenos Aires e acima do ganho de seu principal adversário peronista. Alé, disso, a distância entre cadeiras no parlamento diminuiu. Isso parece-lhe uma ‘grande derrota’? O próprio Javier Milei admitiu que perdeu nessas eleições. Porém, considerou derrota devido às espectativas de vitória no percentual de votos. Algo que agora concretizou-se. Mas atrapalhado nã época pela campanha de acusações e ataques à reputação de sua irmã, Karina Milei.
Javier Milei obteve 33,8% dos votos contra 46% dos peronistas, na província de Buenos Aires, em setembro. O que fez a imprensa militante comemorar como uma humilhação, enquanto o veículo conservador La Nación chamou de “dura derrota”. Pois compreendeu que perder por quase 13 pontos era muito duro para quem estimava vencer também no total. Agora, a imprensa militante mostra-se chocada, enquanto o La Nación chamou a vitória do LLA na província de “a mais surpreendente“, por ter tirado 14 pontos de diferença, e vencido por 41,95% a 40,91%. Vitória magra, mas numa grande recuperação (sem escâdalos duvidosos, as projeções confirmaram-se).
Vitória Robusta de Javier Milei
Mesmo veículos da imprensa militante como a CNN admitiram a vitória robusta de Javier Milei nestas eleições. Por exemplo, mesmo se os deputados eleitos pelos peronistas do Fuerza Patria juntassem aos dos demais partidos, teriam uma cadeira a menos (63) do que o LLA (64). Ademais, o Fuerza Patria perdeu em 18 das 24 províncias, sem aumento de cadeiras. Aliás, caiu no Senado de 34 para 28 cadeiras, enquanto LLA saiu de 6 para 18 e seus aliados PRO (de Maurício Macri) caíram de 8 para 6. Ainda assim, as froças da ‘direita’ argentina subiram de 14 para 24 senadores, enquanto terão 104 dos 257 deputados no Congresso. Antes, tinham apenas 72.
Javier Milei e Maurício Macri não conquistaram 50% do Congresso, nem do Senado. No entanto, subiram de forma considerável em ambas as casas, vendo os peronistas perderem espaço no Senado e estagnarem no Congresso. Também outras forças partidárias perderam cadeiras. Nesse cenário, aumenta o poder de negociação de Javier Milei e aliados do PRO, para avançar as reformas administrativas e econômicas.
A resposta da população nas urnas – que a maior abstenção em décadas – d’um lado indica diminuição da confiança da população nas soluções políticas. Mas d’outro lado, demonstra o aumento do apoio à agenda reformista libertária do presidente. E os partidos de centro não poderão ignorar esses fatos, precisando reposicionar-se se quiserem sobreviver.
Herança Maldita
Em 2023, a Argentina alcançou o pico de 211,4% de inflação, vendo o índice de preços ao consumidor subir 25,5% num mês (dezembro). Relatório de fevereiro de 2024 aponta para aumento da pobreza na Argentina, com 57% da população nessa faixa. Por conseguinte, a extrema pobreza representaria 11,9%. Também houve retração do Produto Interno Bruto (PIB) estimada em 2,5% (Fundo Monetário Internacional – FMI). Por fim, as reservas cambiais caíram ao menor nível, a US$ 28 bilhões, ficando em níveis negativos de liquidez.
Ou seja, Javier Milei recebeu uma herança maldit dos anos de peronismo no poder; das políticas socialistas. Contudo, em 2025, a inflação caiu a 31,8% ao ano (setembro) e 2,1% ao mês. A popilação na pobreza caiu para 31,6% e o índice de preços ao produtos variou a 25,6% (mas não num único mês). Por fim, o PIB deve crescer entre 3,9% e 4,6%.
Então, por que a imprensa vende um cenário de terror e desespero? Simples. A imprensa militante nega-se a reconhecer quaisquer melhoras quando os governantes posicionam-se à direita. Para tal, pegam índices ruins e noticiam como se o governo fracassasse, ‘ingnorando’ que estavam muito piores nos governos de esquerda. Ora, ajustes são remédios amargos e demoram para corrigir os estragos que anos de doença geraram.
Imprensa Militante
Um exemplo, a produção industrial derretia na Argentina, e em agosto de 2025 caiu 4,4%, em relação a agosto de 2024, com um aumento mensal de 0,6%. Porém, em julho, o aumento alcançou 9,3%. Todavia, qual desses aspectos a imprensa militante mais abordou? As quedas, jamais os aumentos; no máximo alguns veículos apontaram à volatilidade do índice. Somente o Trading Economics noticiou todos os aumentos consecutivos entre dezembro de 2024 e julho de 2025. A retração de agosto parece parte da crise cambial temporária (herdada) e os medos dos mercados d’uma volta das políticas peronistas dada a campanha de imprensa sobre a ínfima derrota de setembro.
Ademais, até a Exame publicou matéria com manchete absurda, dizendo que o PIB da Argentina despencou em 2025. Quando houve retração 0,1% num único mês e revisão do crescimento de 5,5%, para 4,6%, pelo Banco Mundial, e 3,9% pelo Banco Central. A inflação deve fechar o ano em 29,8%. Logo, apontem o cenário “apocalíptico”; onde despencou? A matéria é tão absurda e irresponsável, que informou que o próprio Banco Mundial indicou melhoras no cosumo privado, superávit e controle inflacionários. Mas sempre com “apesar da crise”, “ponderações”, “por enquanto” etc. A velha torcida política, demonstrando o chiqueiro ideológico que tornou-se essa revista.
Enfim, a imprensa militante divulga indíces ruins, sem mencionar que sob Milei melhoraram muito. Ao contrário, induzindo os leitores a culparem Javier Milei por uma crise herdada. Como se a Argebtina piorasse e a passos largos, divulgando quedas e variações pontuais, num período de relfexos do ajuste de 2024, mas cujos números (mesmo os ruins) melhoraram muito.
Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores da Argentina (Merval) apresenta particularidade interessante: compõe-se de apenas 253 empresas (março/2025). Ou seja, trata-se d’um índice muito concentrado, que qualquer variação alcança grande percentual. Isto é, não é um índice confiável de medição da economia do país sul-americano, ao contrário, tende a enganar.
Por exemplo, em 2023, registrou 175% de aumento anual em setembro. Mas a hiperinflação, derretimento do peso, subida do dólar, aumentos dos índices de preços ao produtor e ao consumidor etc. Levou os argentinos com algum dinheiro a investirem na Merval como meio de protegerem o valor do seu patrimônio contra essas variações. Também colaborou a tendência de vitória do reformista e libertário Javier Milei, com agenda econômica voltada à responsabilidade fiscal, cortes de gastos, privatizações e ajustes. Apesar da torcida da imprensa disfarçada de análise.
A Valor Investe realizou análise responsável, ética e profissional em 2023. Enquanto a InfoMoney optou pelo sensacionalismo do “pior Bolsa do Mundo em 2025”. Num país que poucos leem além das manchetes e logo formam opiniões. Assim como seria irresponsável se o IVCAIRU trata-se os 20% de subida das vésperas da vitória de Javier Milei nestas eleições, e os 5,6% do pós-eleições, como mais do que euforia e confiança na melhora futura pela agenda do governo. Não significa melhora imediata!
Reação de Surpresa por Vitória de Javier Milei
Pesquise no Google: “surpreendente vitória de Milei”, e depare-se com manchetes repletas desses termo. Mas como a imprensa pode factualmente surpreender-se quando os dados e fatos não demonstravam o derretimento deJavier Milei? Somente uma narrativa da própria imprensa… Há duas possibilidades!
Primeira, a imprensa mentiu esperando que suas mentiras influenciassem nas eleições argentinas, e mudassem a visão dos leitores sobre a agenda econômica libertária. Porém, fracassando nesses intentos, precisa fingir surpresa e buscar desculpas que diminuam a aparente incompetência de seus ‘especialistas’. Segunda, mentiram tanto que acabaram acreditando na mentira.
Eu, acredito numa mistura de ambas, ou, como diz o ditado: “cada caso é um caso”. Sinceramente espero que nossos leitores aproveitem as coberturas únicas do IVCAIRU. Assim como não deixem-se convencer por narrativas falsas, mas pesquisem a verdade em múltiplas fontes (principalmente primárias). E sempre verifiquem as origens das informações e das próprias ideias.

