Um Tributo a Charlie Kirk

Charlie Kirk mostrou-nos a importância fundamental da Liberdade de Expressão

Charlie Kirk está morto! Esta é uma sentença que eu jamais imaginei que escreveria; certamente não em 2025. Ele viveu ao lado d’uma esposa devotada, assim como duas crianças pequenas, que viverão num mundo sem seu pai.

Um Tributo

Charlie Kirk fundou o Turning Point USA, uma organização de estudantes ativistas, e apresentava The Charlie Kirk Show, um programa de rádio diário e de alcance nacional. Todavia, o Turning Point focava no fortalecimento de jovens para manifestarem-se favoráveis ao livre mercado e ao governo limitado. Portanto, muito do trabalho de Charlie Kirk envolvia debater e discursar em campus universitários. Conquanto dispunha-se a debater com qualquer pessoa, a expor sua visão de mundo e ser desafiado. E num evento desses no campus da Utah Valley University, o balearam e assassinaram, numa tarde de quarta-feira, aos 31 anos.

Gostaria de dizer que conheci Charlie Kirk, mas não o conheci. Assim como não o conheceram as pessoas que comemoram seu assassinato. Uns chamando de justiça, outros, de ‘karma’. Nada posteriormente pior do que a comemoração. Pois não somente pelo acontecimento, mas pela facilidade com que aconteceu, a certeza de que realizaram justiça. De que o assassinato d’um homem constitui preço justo por defender suas convicções.

Embora não possa lamentar a morte de Charlie Kirk como d’um amigo, posso lamentar o que seu assassinato representa. Isto é, o colapso do grande experimento americano de autogoverno e o retorno ao estado de natureza de Hobbes. No qual a força faz o direito e os ‘fortes’ devoram os ‘mais fracos’.

O que esse assassinato ensina à juventude americana?

Meu filho de 13 anos conhecia Charlie Kirk melhor do que eu, se podemos chamar assistir por trás d’uma tela de “conhecer”. Treze anos é uma idade intermediária entre a inocência e o amadurecimento. Muito velho para saber que idéias têm conseqüências, mas jovem demais para acreditar que uma dessas conseqüências talvez inclua a morte.

Ao assistir Charlie debater, meu filho não aprendeu alguma doutrina particular. Mas algo mais fundamental: que é possível crer com força suficiente para defender suas crenças em público, submetendo suas convicções ao teste do argumento e contraargumento. Porém, ontem, ao sair da escolha, disse-lhe que assassinaram o homem cuja clareza de pensamento ele admirava, pelo ‘crime’ de pensar em voz alta. Este é o mundo que estamos criando para as próximas gerações, no qual idéias são tão perigosas que um homem merece morrer por defendê-las. Onde a resposta definitiva para qualquer divergência de idéias é o uso d’uma arma.

Porque associei meu filho com Charlie, e Charlie com meu filho, preocupo-me com a herança, não de dinheiro ou propriedade. Mas da vasta estrutura de valores e costumes que possibilitam a vida numa sociedade civilizada. Dessa civilização, herdamos a convicção de que podemos discordar sem assassinar, que idéias só podemos combater com idéias. De que a resposta apropriada aos discurso que nos desagradam não é a violência, mas os argumentos, a liberdade de expressão.

Não recebemos essa herança por inteiro. Pois a construímos lenta e dolorosamente ao longo dos séculos de luta humana. E cada geração acrescentou uma pequena contribuição ao grande esforço de convivermos em sociedade apesar das diferenças.

E num único momento, parece que tudo desapareceu.

O que devemos aprender com Charlie Kirk?

O assassinato de Charlie é um espelho no qual podemos nos ver como realmente somos: um povo que perdeu a fé no próprio princípio fundador. Ou seja, de que um povo livre é capaz de autogovernar-se pela razão ao invés de recorrer à força. Se não reclamarmos a herança da razão acima da violência, da palavra acima do silenciamento. Portanto, seu assassinato não é o fim da história d’um homem. Mas o começo da nossa própria ruína.

Aqueles que conheceram Charlie, mesmo entre os que discordavam de suas posições políticas, apontam-no como um homem afetuoso e gentil. Sendo assim, devemos lembrar-nos disso. Pois se há alguma redenção nessa tragédia, reside em escolhermos ver na morte de Charlie não somente aquilo que perdemos, mas o que precisamos recuperar.

Publicado originalmente na FEE, sob o título “A TRIBUTE TO CHARLIE KIRK (1993 – 2025)“. Traduzido por João Pedro Moscati.



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