A polícia da Suécia investiga a exibição de esqueletos enforcados usando uniformes dos Campos de Concentração do Holocausto como um crime de ódio
A polícia da Suécia iniciou uma investigação criminal para apurar se uma manifestação pró-palestina na cidade universitária de Umeå, no norte do país, constituiu antissemitismo. O protesto contou com esqueletos enforcados, vestidos com uniformes dos campos de concentração do Holocausto. Ainda sob uma faixa, na qual lia-se “genocídio é genocídio”. De acordo com imagens que circularam nas redes sociais no sábado (19).
Protesto Antissemita e pró-Holocausto?
Os esqueletos foram suspensos como se fossem executados. Também vestiam uniformes listrados de azul e branco, marcados com Estrelas de Davi e números de prisioneiros, evocando imagens do Holocausto.
Todavia, é visível na imagem uma pessoa usando um keffiyeh e segurando uma boneca, em pé perto da exposição. Ademais, exibiram bandeiras palestinas no protesto. Por exemplo, como mostrado numa publicação no X de Sofie Löwenmark. Uma jornalista e colunista sueca dedicada a expor ideologias extremistas e defender as liberdades civis:
A vice-primeira-ministra Ebba Busch expressou sua indignação nas redes sociais.
O antissemitismo tem sido disfarçado há muito tempo como “crítica a Israel”, mas isso vai muito além de todos os limites.”
Desde 1º de julho de 2024, a na qual cumpra-se efetivamente a lei. Inclusive no que diz respeito ao antissemitismo.
Quando o antissemitismo pode se espalhar sem intervenção policial, traímos tanto o Estado de Direito quanto nossa responsabilidade histórica.
Grupo Extremista Compartilhou Protesto
O grupo Umeå for Palestine compartilhou fotos da instalação da boneca nas redes sociais. Mas declarou no Instagram, não estar por trás dela, Por isso, atribíram a exibição a um artista independente.
“O objetivo da instalação artística, conforme nos apresentaram, era traçar paralelos entre dois genocídios horríveis e destacar a mensagem de que é inaceitável. Independentemente de quem seja afetado”, escrevem. O grupo já removeu as imagens e lamentou que algumas pessoas “se ofenderam com o compartilhamento em nossas plataformas”.
Especialistas Manifestaram-se
O professor de Direito Mårten Schultz disse ao Aftonbladet que deveriam investigar a exibição como crime de ódio. “Alegar que é arte ou sátira geralmente não importa. Pois importa é o conteúdo e o contexto — não há passe livre”, disse.
Hans Lindberg, presidente do conselho municipal de Umeå, afirmou que viu as imagens e chamou a exibição de “altamente inapropriada” Sendo assim, acrescentou: “Observamos um aumento geral de ódio em toda a Suécia, inclusive em Umeå”.
Um porta-voz do Conselho Central Judaico chamou a exibição de “profundamente perturbadora e completamente inaceitável”. Ademais, afirmou ser “algo que vemos como uma ameaça direta a nós, judeus”.
Numa altura, o antissemitismo está em ascensão e os judeus em vários países europeus relatam sentir-se inseguros. Portanto, é necessário denunciar uma manifestação deste tipo. Aliás, por todos os partidos políticos Ainda afirmou Ebba Busch que ou denunciamos ou Umeå “arrisca-se tornar insegura aos judeus e um porto seguro aos antissemitas”.
Notícia publicada originalmente em European Conservative, sob o título “Sweden: Pro-Palestinian Protest Featured Hanged Skeletons in Holocaust Uniforms“. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.