Harvard: Educados em Casa tornam-se mais Felizes, Bem-Ajustados e Engajados

Educados em casa tiveram melhor desempenho do que aqueles que frequentaram escolas públicas em muitas categorias, segundo estudo de Harvard

Pesquisadores da Universidade Harvard acabaram de divulgar o seu novo estudo, que mostra resultados positivos para alunos educados em casa. Em artigo publicado no The Wall Street Journal na semana passada, Brendan Case e Ying Chen, do Programa de Desenvolvimento Humano de Harvard, concluíram que os alunos de escolas públicas “eram menos complacentes e propensos a voluntariar-se ou a participar de serviços religiosos do que seus colegas educados em casa”.

Resultados Positivos para Educados em Casa

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 12.000 filhos de enfermeiros que participaram de pesquisas entre 1999 e 2010 e descobriram que crianças educadas em casa tinham cerca d’um terço mais probabilidade de envolver-se em atividades voluntárias. Mas também de apresentar níveis mais elevados de perdão no início da vida adulta do que aquelas que frequentavam escolas públicas. Crianças educadas em casa também tinham maior probabilidade de frequentar serviços religiosos na vida adulta do que aquelas educadas em escolas públicas. O que, segundo os pesquisadores, correlaciona-se a “menores riscos de abuso de álcool e drogas, depressão e suicídio”.

As novas descobertas oferecem forte contraste à representação dos educadores domiciliares feita pela professora Elizabeth Bartholet, da Faculdade de Direito de Harvard. Ademais, Bartholet notoriamente pediu uma “proibição presumida” do ensino domiciliar no ano passado. Porém, pouco antes da população de educadores domiciliares dos EUA aumentar acima de 11% da população geral em idade escolar. Ou seja, mais de cinco milhões de alunos, após a resposta ao coronavírus.

Em seu artigo de opinião no Journal, Case e Chen desafiaram sua colega.

“A imagem do aluno educado em casa emergindo dos dados não assemelha-se ao estereótipo socialmente desajeitado e ignorante ao qual a Sra. Bartholet e outros apelam. Em vez disso, crianças educadas em casa geralmente desenvolvem-se em jovens adultos bem ajustados, responsáveis ​​e socialmente engajados”.

Os pesquisadores de Harvard também descobriram que alunos educados em casa têm menos probabilidade de frequentar a faculdade do que seus colegas de escolas públicas. Alguns veículos de comunicação apegaram-se a essa descoberta em suas manchetes, ignorando as especulações dos pesquisadores de Harvard de que pode dever-se a uma variedade de fatores. Os alunos educados em casa podem escolher alternativas à faculdade como caminho à vida adulta, Assim como as práticas de admissão em universidades às vezes criam barreiras aos alunos educados em casa.

Ensino Domiciliar Novo Caminho para Harvard?

Contatei Case e Chen para obter comentários adicionais sobre as descobertas do estudo. Inclusive, como acham que os dados e resultados do ensino domiciliar mudaram desde 2010, quando seu conjunto de dados terminou.

“Também estamos felizes em ver que algumas faculdades, incluindo de primeira linha, tornaram-se mais flexíveis em suas políticas de admissão para alunos educados em casa nos últimos anos”, respondeu Chen.

De fato, mais faculdades e universidades implementaram diretrizes e políticas mais claras para alunos que estudam em casa nos últimos anos. Aliás, muitas mostram-se ansiosas para atrair candidatos que também estudam em casa. Em 2015, o Business Insider observou que o ensino em casa é o “novo caminho para Harvard”. Conquanto, em 2018, a universidade divulgou o perfil de vários alunos que estudam em casa.

Os pesquisadores também suspeitam que a diferença de bem-estar entre alunos educados em casa e de escolas públicas aumentou na última década. Com os alunos educados em casa saindo-se ainda melhor.

“Por exemplo, aplicativos de mídia social chegaram aos smartphones nos últimos anos, levando à sua ampla adoção por adolescentes e até crianças menores”, disse-me Chen esta semana. “Alguns estudos anteriores sugeriram que esse uso crescente de smartphones pode contribuir para os recentes picos de depressão, ansiedade e solidão escolar entre adolescentes. Pois, cyberbullying, sexting e ‘phubbing’ também tornaram-se mais comuns no cotidiano das crianças. Mas especialmente em ambientes escolares. Todavia, podemos esperar que tais problemas sejam menos comuns entre os educados em casa do que entre seus colegas de escolas públicas.” 

Mudança na Confiança de Educadores e Educados em Casa

À medida que mais famílias experimentaram o ensino domiciliar no ano passado, e muitas delas decidiram continuar neste outono, os novos dados de Harvard devem ajudá-las a se sentirem confiantes em relação à sua escolha educacional. Pois, em termos de desenvolvimento humano, os educados em casa estão saindo-se bem — talvez melhor do que seus colegas que frequentam a escola.

“Muitos pais optaram por experimentar o ensino domiciliar durante a pandemia de COVID”, disse Chen. “Esperamos que a conscientização pública sobre o ensino domiciliar e as práticas e apoio relacionados aos alunos que o fazem melhorem a longo prazo.”

Publicado original em FEE, sob o título “New Harvard Study: Homeschoolers Turn Out Happy, Well-Adjusted, and Engaged“. Traduzido por Samara Oliveira Barricelli.



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