A esquerda ataca o selo concedido aos festivais tradicionais mais bonitos da França, alegando ser uma ofensiva política da Extrema Direita
Há alguns meses, criaram uma associação com o objetivo de apoiar e certificar festivais tradicionais em aldeias francesas. A esquerda, que identificou o apoio da organização ao bilionário católico Pierre-Edouard Stérin, lançou uma campanha de difamação contra o projeto. Pois alega que se tratava de uma ofensiva militante da extrema direita. Sob pressão da mídia, convidaram os festivais que receberam o selo a se retirarem.
O selo “Les plus belles fêtes de France” (Os festivais mais bonitos da França), criado em 2024, seleciona, recompensa e promove o tesouro de festivais locais. Pois animam as cidades e o interior da França há gerações, às vezes há séculos. Os festivais apoiados pelo selo recebem financiamento para ajudá-los a funcionar e ter maior visibilidade. Por exemplo, festivais antigos e conhecidos, como as Fêtes Johanniques , celebrando a vitória de Joana d’Arc sobre os ingleses em Orléans todos os anos há vários séculos. Mas também eventos menores e mais intimistas centrados em especialidades locais, como a Fête du Piment d’Espelette no País Basco.
Ataque da Imprensa Comunista
Em julho, o jornal comunista L’Humanité criticou a organização, acusando-a de receber secretamente financiamento do bilionário católico conservador Pierre-Edouard Stérin. Pois recentemente tornou-se um alvo preferencial da esquerda devido ao envolvimento em inúmeros projetos culturais e educacionais. E à sua proximidade com o Rassemblement National (RN). Desde então, o pânico instalou-se entre os organizadores de festivais certificados, com a imprensa de esquerda fazendo de tudo para sugerir que manipulam em benefício d’um projeto político de extrema direita.
Segundo a France Info, os organizadores da Feira do Cogumelo, realizada anualmente em novembro em Saint-Bonnet-le-Froid, na periferia do Maciço Central, decidiram recusar o selo. Mas após as revelações da mídia. “Erramos ao não solicitar os estatutos, não ir mais longe para verificar. Prefiro ter menos orçamento para a minha feira, mas permanecer apolítico e livre para pensar”. Declarou o presidente da feira — como se o selo tivesse lhe pedido para declarar fidelidade política. Uma dúzia de festivais já desistiu, dos cerca de 60 que receberam o selo.
Resistência
No entanto, nem todos os festivais cedem à pressão pública. Para muitos deles, o selo representa uma oportunidade única para darem-se a conhecer e sobreviverem num contexto difícil. Ou seja, onde as condições para a organização destas celebrações populares tornam-se cada vez mais difíceis de reunir.
Por exemplo, o presidente da Feira da Castanha, realizada na região do Cantal em outubro, não vê qual é o problema e pretende manter o selo. “Não há provas de que Pierre-Edouard Stérin tenha qualquer influência nas decisões da marca. Não tem poder de decisão. É só um parceiro financeiro. Portanto, não vejo por que deveríamos mudar”, explicou à imprensa.
A associação insiste que não há nenhuma agenda política por trás do rótulo, tampouco de ‘extrema direita’. Sendo assim, aqueles que buscam desestabilizá-la que fazem política. O coordenador da associação, Thomas Meslin, afirma-se “vítima d’uma campanha midiática hostil” na imprensa por vários dias. “Eles usam táticas enganosas e atalhos difamatórios para tentar convencer nossos membros a nos deixarem.”
Alvo da Esquerda
O alvo é uma agência de eventos, a Studio 496, que gerencia parte da organização da associação “Les plus belles fêtes de France”, da qual Stérin é acionista. Por causa de seu presidente, Thibault Farrenq, conhecido por engajamento com a direita , ou ‘extrema direita’. Para a associação, não há motivo para alarme: a Farrenq nada mais é do que uma prestadora de serviços.
A France Info afirma que a “grande maioria” dos festivais certificados considera retornar ao selo. Nada surpreendente: tudo isso parece ser uma caça às bruxas bem orquestrada. A esquerda não é tão exigente em independência e apolitismo quando se trata de financiar iniciativas que se encaixem em sua própria agenda ideológica.
Originalmente publicado no European Conservative, sob o título “Traditional Village Festivals: Another ‘Conspiracy by the Far Right’“. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.