EUA | Democratas: os Piores Inimigos para si Próprios

Democratas fazem uma autópsia de seus fracassos eleitorais de 2024. Mas sem mencionar Biden, a campanha de Harris, sua alienação de certos grupos demográficos ou suas posições polarizadas

Uma das histórias políticas mais interessantes dos últimos meses tem sido o esforço contínuo do Partido Democrata para descobrir por que perdeu a eleição de 2024. Mas também o que precisa fazer de diferente para evitar fracassos semelhantes no futuro. Depois dos Democratas perderem a presidência e as duas casas do Congresso, é, claro, razoável que explorem o que fazer melhor. Porém, o interessante é o quão ruim eles são nisso.

Investigação dos Democratas

O Comitê Nacional Democrata atualmente conduz uma investigação sobre os erros. No entanto, ignorará completamente as decisões tomadas pelas campanhas de Biden e Harris. Em vez disso, concentrando-se nas mensagens de certos grupos externos e super PACs. O caos resultante da tentativa de controlar Biden — que claramente sofria d’um grave declínio mental —, forçou a voltarem-se para Harris. Todavia, era particularmente inábil em fazer campanha. A decisão dos Democratas tomada incrivelmente tarde na eleição, era irrelevante, segundo os líderes do partido.

Esta nova investigação surge pouco mais de um mês depois de o Partido Democrata lançar um projeto de US$ 20 milhões. Porém, amplamente ridicularizado, por estudar jovens homens e determinar por que não votam nos democratas e como alcança-los.

Zombaram do partido porque não tem intenção de mudar suas ideias para impedir ou reverter o abandono de jovens homens. Em vez disso, acreditam que, com a mensagem certa e um ecossistema de podcasts e influenciadores fabricados, podem trazer os jovens de volta à plataforma do Partido. Ademais, inserindo pontos de discussão democratas em conversas sobre esportes e levantar pesos.

Aprender com os Fracassos

Essa não é a lição de um grupo que leva a sério a ideia de aprender com seus fracassos. Eles não se debaterão com o fato de que a maioria dos jovens americanos — especialmente os brancos e heterossexuais — foi criada num mundo onde as pessoas na mídia e na cultura são celebradas na proporção direta de quão pouco se parecem com elas. Tampouco, que os democratas são os que pressionam por isso.

Porque isso exigiria um reexame desconfortável dos valores do partido. Sendo assim, fingem que os jovens simplesmente desconhecem a posição democrata sobre essas questões.

Isso nos leva a um problema maior que atormenta o Partido Democrata ao longo dos anos de Trump. Pois só conseguem ou estão dispostos a entender a popularidade de Trump em termos que sejam lisonjeiros para suas próprias crenças.

Orgulho e Soberba

Os liberais de esquerda e os progressistas que compõem o Partido Democrata orgulham-se como aqueles que opõem-se às coisas ruins. Por e exemplo, racismo, misoginia e intolerância e que apoiam coisas boas como justiça, ciência e civilidade.

É uma parte central de sua identidade. Portanto, para eles, a única maneira de alguém discordar deles é sendo racista, misógino, anticientífico, antijustiça e contrário à economia justa.

Esse tipo de pensamento simplista e binário persiste na esquerda. Entretanto, não por ser preciso, mas porque é reconfortante. Se “o outro lado” é simplesmente ruim, você não tem obrigação de considerar, ou mesmo entender, a perspectiva deles.

A prevalência desse tipo de pensamento explica a inépcia estratégica do Partido Democrata nos últimos anos. Pois, ao invés de considerar porque grande parte da população estava farta do status quo a ponto de apoiar um candidato como Trump. Os democratas decidiram se apresentarem como o partido comprometido com o retorno a esse status quo, cada vez mais impopular.

Sendo assim, essa estratégia atingiu seu auge em 2020. Na época, os americanos estavam exaustos o suficiente com o caos da covid e os protestos em todo o país, para apoiar um rosto conhecido como Joe Biden.

Democratas distantes do Governo

Mas, dissipou-se a noção de que o status quo pré-Trump era um arranjo estável ou desejável para a maioria dos americanos. Mesmo com a pandemia. Por causa da histórica inflação de preços, a retirada caótica do Afeganistão e a eclosão da guerra na Ucrânia.

No entanto, os democratas permaneceram obcecados em proteger e expandir as mesmas políticas que levaram as pessoas a apoiar um candidato outsider. Ademais que, pelo menos, disse que mudaria radicalmente o sistema atual em Washington, D.C.

Até agora, o fato de ele falhar tanto nessas promessas é, talvez, a melhor esperança dos democratas. Porque nada do que fazem atualmente sugere a vontade do partido — ou mesmo o desejo — de colocar-se num caminho melhor.

Artigo publicado originalmente no Mises Institute, sob o título “The Democrats are Their Own Worst Enemy”. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli. Imagem de OpenClipart-Vectors por Pixabay



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