Os cidadãos americanos mais wokes e delirantes fogem para a Europa, convencidos de que Trump transformou a América numa ditadura transfóbica e misógina
Finalmente, a Europa encontrou um grupo de refugiados que não são bem-vindos: os americanos woke. Conforme noticiado pela Reuters, há número pequeno, mas crescente, de cidadãos americanos solicitando asilo na Europa, alegando serem transgêneros. Uma dessas pessoas é Veronica Clifford-Carlos, artista de 28 anos de São Francisco. Pois esse artista deixou os EUA em junho na esperança de obter status de refugiado na Holanda. Clifford-Carlos afirmou que os EUA não são mais seguros para pessoas trans e: “tenho pessoas gritando ‘bicha’ para mim na rua… Pessoas ameaçando minha vida, me agredir, me seguir até em casa e matar minha família”.
Recusa Surpreende?
Surpreendentemente, para um país que aparentemente aceita qualquer pessoa de qualquer lugar, sem questionar, a Holanda rejeitou o pedido de Clifford-Carlos. Em agosto, o americano entrou com ação judicial contra a rejeição — a primeira do tipo. No entanto, Clifford-Carlos não fugo sozinho do suposto inferno distópico dos Estados Unidos de Trump. Pois o grupo de defesa que apoia a ação, LGBT Asylum Support, afirma trabalhar com outros 20 americanos transgêneros para pedidos de asilo. Dados oficiais da Holanda mostram que 29 americanos solicitaram asilo no país no primeiro semestre deste ano. Embora o motivo de cada caso não esteja registrado.
É extremamente raro que cidadãos americanos obtenham asilo em países europeus. Normalmente, só acontece incidentalmente, quando americano dependente de alguém com outra cidadania — como um dos pais — recebe status de refugiado. Para o governo holandês — ou qualquer governo europeu — aceitar pedido de asilo dos Estados Unidos implicaria em criticar o governo americano. Logo, algo que qualquer governo europeu, compreensivelmente, relutaria em fazer.
Refugiados Americanos Delirantes
Mais importante ainda, não há razão racional alguma para a Holanda ou qualquer outro lugar aceitar esses “refugiados” americanos. Conquanto a crença de que há nos EUA uma espécie de ditadura intolerante soa completamente delirante. Sendo assim, o regime “transfóbico” sob o qual essas pessoas afirmam viver, simplesmente defende o bom senso básico. Desde que assumiu o cargo (janeiro), Donald Trump apresentou várias leis reafirmando a realidade biológica. Como um de seus primeiros atos, Trump assinou ordem executiva proibindo homens de participarem de eventos esportivos para mulheres e meninas. Assim como prometeu manter atletas masculinos fora dos eventos femininos nos Jogos Olímpicos de 2028 em Los Angeles.
Mas Trump também também emitiu ordem declarando, para fins de lei federal e política administrativa, homens e mulheres definidos pelo sexo biológico. Ou seja, não por identidade de gênero autodeclarada — e sua abordagem tem apoioio da maioria dos americanos. Também apresentaram vários projetos de lei em níveis estaduais tentando proibir cirurgias de transição de gênero e hormônios intersexo para menores. Incluindo um estatuto bem-sucedido no Tennessee.
Tudo isso dificilmente soa como um exagero autoritário. Ao contrário, o governo Trump simplesmente elimina a influência maligna da ideologia transgênero denstro das agências governamentais e em instituições financiadas pelo Estado. Logo, algo que deveriam realizar há muito tempo. Pois a maioria dos americanos não acredita em mutiladar cirurgicamente crianças ou aplicar medicamentos experimentais para interromper a puberdade. Tampouco simplesmente porque sentem-se do sexo oposto. Restringir essa prática horrível não é tirania, mas salvaguarda básica.
‘Asilo Científico’
Pessoas trans não são as únicas que buscam mudança fácil para a Europa. Posto que Centenas de pesquisadores fugiram do suposto ataque de Trump à academia, candidatando-se a vagas na França. Ademais, uma instituição, a Universidade de Aix-Marseille, oferece o que chama de “asilo científico” para acadêmicos com financiamento cortado pelo governo Trump. Em julho, o programa “Lugar Seguro para a Ciência” da universidade acolheu oito acadêmicos americanos esperando por vagas para continuarem suas pesquisas na França. Contudo, esses “refugiados” da ciência são exatamente o tipo de pessoa que esperamos.
Entre os candidatos há um cientista do clima e sua esposa, que, conforme o Politico, “estuda a intersecção entre sistemas judiciais e democracias”. Eles disseram ao veículo que sairam dos Estados Unidos porque ambos trabalhavam” em áreas que são alvo” do governo Trump. Logo, têm medo de cortes de financiamento. Outro pesquisador do clima que candidatou-se ao programa acredita: “todo sistema de pesquisa e toda educação nos Estados Unidos estão realmente sob ataque”.
Eric Berton, reitor da Universidade de Aix-Marseille, comparou o corte de verbas do DOGE à perseguição de acadêmicos pelos nazistas. “O que está em jogo hoje não é alheio a outro período sombrio da nossa história”, declarou. Assim como o ex-presidente francês François Hollande, Berton gostaria de ver os “refugiados científicos” dos Estados Unidos de Trump receberem status oficial.
Refugiados Americanos: Descolamento da Realidade
Ao contrário da retórica hiperventiladora, ter financiamento federal para sua pesquisa “inovadora” sobre a experiência vivida do racismo climático não é fascismo. Mas, francamente, é milagre tais pessoas conseguirem perseguir tal absurdo por tanto tempo. Se as universidades europeias querem investir milhões nesse tipo de coisa, que assim seja. Todavia, Aix-Marseille já prometeu financiamento de € 15 milhões para 20 vagas de pesquisa. Mas também implorou ao governo francês para igualar essa quantia. Usar dinheiro do contribuinte para financiar os projetos vaidosos d’um bando de americanos descolados e ideologicamente cegos é uma afronta.
É insano quantos americanos de esquerda realmente acreditam num direito a pedir asilo na UE, simplesmente porque o partido que não gostam está no poder. A Irlanda, talvez a escolha mais óbvia dos aspirantes a refugiados americanos, viu aumento significativo no número de americanos solicitando asilo,a maioria rejeitados. Porém, um aumento ocorrido desde a reeleição de Trump no ano passado.
Muitos outros tentam a rota convencional, solicitando passaportes e vistos. De fato, nos primeiros dois meses deste ano, os pedidos de passaportes irlandeses nos EUA alcançaram o nível mais alto numa década. A França também teve aumento no número de pedidos de visto de longa permanência de americanos. Todavia, mesmo que esses americanos não reivindiquem asilo de fato, muitos deles usam linguagem histérica, evocando imagens de refugiados. Falam do governo Trump “sequestrando” imigrantes ilegais ou transformando os EUA numa distopia misógina à la The Handmaid’s Tale.
Debandada de Professores Woke
Há algo hilário em ver professores “woke” deixando, com tristeza, seus confortáveis cargos na Ivy League para continuar pesquisas sobredescolonização da ciência climática, no sul da França. Porém, devemos sentir pena desses americanos ricos , ‘forçados’ a trocar carreiras de alto nível em Nova York por uma vida de Aperol Spritze no Mediterrâneo? Deveríamos derramar uma lágrima por celebridades como a apresentadora de talk show Ellen DeGeneres? Pois “exilada” para sua mansão de £22 milhões em Cotswolds? Chore um rio.
Todos esses “refugiados americanos” de Trump terão um rude despertar. Em praticamente qualquer nação europeia infeliz para onde escolherem fugir, provavelmente lidarão com a ascensão do populismo de direita. A Itália já tem um governo populista, e partidos nacionalistas e conservadores vão fenomenalmente bem nas pesquisas. Mesmo na Alemanha, Reino Unido, Espanha e Holanda. Portanto, tomara que isso leve-os de volta ao lugar d’onde vieram — a Europa já tem esquerdistas insanos o suficiente.
Mas há algo positivo a se tirar dessa história, pelo menos o sistema de asilo notoriamente falho da UE ainda consegue manter essas pessoas afastadas. Pode dar passe livre para pessoas que fingem ser de países devastados pela guerra. Assim como para adultos dizendo-se crianças e criminosos de verdade. Mas pelo menos estabelece um limite para os americanos com complexo de vítima.
Publicado originalmente no The European Conservative, sob o título “The Weird Rise of American ‘Refugees’”. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.