Erika Kirk discursou no memorial ao marido Charlie Kirk, diante de dezenas de milhares de pessoas, e perdoou o assassino Tyler Robinson. Milhões de americanos veem o casamento cristão como opressor e o cristianismo como odioso. No entanto, quando um extremista LGBT assassinou um dos cristãos mais proeminentes do país, a viúva respondeu não com ódio, mas com perdão
No serviço memorial do marido Charlie Kirk em Phoenix, Arizona, Erika Kirk enfrentou uma multidão de 73.000 pessoas no Estádio State Farm e perdoou o assassino do marido. “Meu marido, Charlie, queria salvar jovens como aquele que tirou-lhe a própria vida”, disse em meio às lágrimas. “Na cruz, nosso Salvador disse: ‘Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem’. Portanto, aquele jovem — aquele jovem — eu o perdoo . Eu o perdoo porque Cristo perdoou seu algozes. E é o que Charlie faria”.
“A resposta para o ódio não é o ódio”, disse a viúva aos espectadores no estádio, no local lotado do outro lado da rua. Segundo a Turning Point USA, mais de 100 milhões de pessoas assistiram ao culto. “A resposta — sabemos pelo Evangelho — é amor. Amar sempre. Mesmo amar nossos inimigos. E Amar aqueles que nos perseguem”.
Memorial a Charlie Kirk
Apenas 11 dias antes, em 10 de setembro, Tyler Robinson, um jovem viciado em pornografia e pervertido, enredado pela ideologia LGBT (tinha uma parceira “transgênero”), baleou e assassinou seu marido. Charlie já estava morto quando Erika chegou ao hospital, onde, apesar de avisada pelo xerife de que a bala destruiu seu pescoço, insistiu em ver seu corpo e despedir-se com um beijo. Robinson disse ao parceiro por mensagem: “Já estou farto do ódio dele. Alguns ódios não podemos negociar”.
Contudo, não houve ódio. Mas a forma mais extraordinária de amor cristão demonstrada no funeral. Nas palavras de Erika, havia ecos de Corrie ten Boom perdoando ao guarda de concentração nazista que atormentou sua irmã morta. Assim como de Immaculée Ilibagiza perdoando o homem que assassinou sua família no genocídio de Ruanda. E da viúva Elisabeth Elliot servindo como missionária na tribo que martirizou seu marido. De fato, tratou-se da rejeição mais radical possível ao ódio.
Em discurso após discurso, os líderes americanos subiram ao palco para prestar homenagem a Charlie Kirk. Ademais, quase todos aproveitaram a oportunidade para apresentar o cristianismo aos presentes. O Secretário de Estado Marco Rubio lembrou à plateia que Kirk era, antes de tudo, um evangélico e, em segundo lugar, figura política. “Uma das coisas que gostaria que absorvêssemos disso é o seguinte”, disse Rubio. “Sua profunda crença de que todos nós fomos criados, cada um de nós, antes do início dos tempos, pelas mãos do Deus do universo.” Fomos separados de Deus pelo pecado, continuou Rubio, mas Cristo veio ao mundo para fornecer uma saída. Morreu, mas ressuscitou. Portanto, há esperança para todos.
Amigos na Casa Branca
O Secretário da Guerra, Pete Hegseth, ecoou os sentimentos. Kirk era um patriota, disse ele, que amava profundamente a república americana. Mas ainda sabia, e afirmava com frequência, que “somente Cristo é rei, nosso Senhor e Salvador… temei a Deus e não temeis a ninguém”. O vice-presidente JD Vance disse à multidão que Kirk dera-lhe a coragem de falar sobre fé em público e que permanecia inspirado pelo seu testemunho:
Charlie sofreu um destino terrível, meus amigos. Todos nós sabemos. Pois todos nós vimos. Mas pensem: não é o pior destino. Conquanto é melhor enfrentar um atirador do que viver a vida com medo de dizer a verdade. É melhor ser perseguido por sua fé do que negar a realeza de Cristo. E melhor morrer jovem neste mundo do que vender a alma por uma vida fácil, sem propósito, sem risco, sem amor e sem verdade.
Apenas dois oradores emitiram um tom discordante. O conselheiro de segurança interna dos Estados Unidos, Stephen Miller, que enfureceu-se contra os esquerdistas que comemoravam a morte de Kirk, e o presidente Donald J. Trump. Trump desculpou-se com Erika, mas riu, dizendo que, embora Charlie se esforçasse para amar seus inimigos, Trump não conseguia. “Odeio meus oponentes e não quero o que é melhor para eles”, brincou ele. Por conseguuinte, realizou seu discurso característico e desconexo, no qual celebrou Kirk como figura histórica, “gigante de sua geração” e grande patriota.
Erika Kirk mantém viva a Visão de Charlie
Mas a mensagem, para quem assistia, ainda era cristalina. A visão de Charlie Kirk para a América era uma nação de famílias que adoravam a Deus. Porque, como sua esposa enfatizou, queria que todos, especialmente os “meninos perdidos do Oeste”, experimentassem a felicidade que ele recebeu em 31 anos na Terra. Sendo assim, há mais de 60.000 solicitações chegando à TPUSA para candidatar-se à filiação à TPUSA ou iniciar novas filiais. O exército de 2.100 filiais que Kirk havia construído já cresceu muito além de sua ambiciosa visão.
Em seu discurso de trinta minutos, Erika Kirk falou sobre o cristianismo de Charlie Kirk, sua paixão por revitalizar a família americana e defendeu a visão cristã do casamento. Mas também incentivou jovens homens e mulheres a levantarem-se e assumirem seus papéis como maridos e esposas. Seu elogio, alternadamente feroz e pesaroso, deu ideia da potência que ela pode tornar-se à frente da Turning Point USA, onde sucederá o marido como CEO. Pois milhões de americanos creem que o casamento cristão é opressivo e o cristianismo é odioso.
Porém, quando um extremista LGBT assassinou um dos cristãos mais proeminentes dos EUA. Um homem difamado diariamente pela imprensa internacional, desde sua morte, como um fanático vil. O miserável assassino viu-se não odiado pela viúva da vítima, mas perdoado. Por apenas um momento, pelo menos, os inimigos de Kirk ficaram em silêncio. Ele ficaria muito orgulhoso de Erika Kirk.
Publicado originalmente em The European Conservative, sob o título “I Forgive Him”. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.