Você não leu errado, os democratas sinalizam apoio à violência contra crianças para obter ‘fins políticos’ na Virgínia. Entenda
Em novembro de 2017, houve um escândalo envolvendo o candidato republicano ao Senado do Alabama, Roy Moore, em relação a alegações de que buscou relacionamentos românticos com garotas do ensino médio aos mais de 30 anos. Isto é, cerca de 40 anos antes. Numa semana, a liderança republicana exigiu sua remoção da disputa, apesar da eleição estar a menos de um mês de distância. Roy Moore perdeu a corrida para Doug Jones, dos democratas. Mas venceu um processo de difamação de US$ 8,2 milhões contra um Super PAC democrata.
Vazamento de Mensagens
Em outubro de 2025, a imprensa publicou mensagens de texto pertencentes ao candidato democrata à Procuradoria-Geral da Virgínia, Jay Jones. Todavia, nas quais ele fantasia sobre um líder político republicano sendo baleado duas vezes na cabeça.
Quando um membro da conversa sugere que ultrapassou os limites em sua retórica, enfatiza repetidamente seu ponto. Mas também expressa seu desejo de ver os filhos do presidente da Câmara do Estado da Virgínia, Todd Gilbert, mortos. Pois “[s]ó quando as pessoas sentem dor pessoalmente elas agem em relação às políticas”. Assim como chamou a esposa de Gilbert de “má” e seus filhos em idade escolar de “pequenos fascistas”.
Os líderes democratas continuaram apoiando a candidatura de Jones e, no momentono qual publiquei este artigo, continuava o favorito para reivindicar o título de principal autoridade jurídica do estado.
Democratas e Republicação em Comparação
O objetivo desta comparação não é, obviamente, retratar um partido como santo e o outro como maligno. Os mesmos líderes republicanos que condenaram Roy Moore, incluindo Paul Ryan, John McCain e Mitch McConnell, desempenharam papéis diretos — se não de liderança — n’algumas das piores políticas que emergiram da cidade imperial durante suas carreiras políticas. Entretanto, demonstra o quanto, historicamente, as instituições políticas atuam para condenar comportamentos que consideram desqualificantes de candidatos importantes em disputas eleitorais de alto nível. Por conseguinte, a ausência dessa tal ação nessas circunstâncias.
Para simplificar, tratou-se d’uma demonstração clara de que um grande partido político americano aceitou prontamente a desumanização da oposição. Mas também a disposição de racionalizar a justificativa da violência para atingir fins políticos. Contudo, não somente para líderes políticos, mas para suas famílias, incluindo as crianças pequenas.
Essa aceitação explícita da sede de sangue como justificativa na busca pela vitória política é, de certa forma, esclarecedora. Política é guerra por outros meios; democracia é conquista pelo voto. Em comunidades que compartilham um sistema padrão de moralidade, pelo menos alguma pretensão de justiça invoca-se para conter os excessos do poder exercido. Porém, os Estados Unidos da América não são mais um sistema político. Portanto, não deveríamos nos surpreender ao ver o uso da violência como meio cada vez mais aceito para atingir fins políticos.
Legitimidade da Candidatura
Embora a ausência de condenação significativa das visões homicidas de Jay Jones pelos líderes nacionais ilustre mudança mais ampla na política nacional, a cadeira buscada é estadual. Isso suscita questões secundárias. Por exemplo, os oponentes políticos de Jones vê-lo-ão como autoridade civil legítima, sabendo dos sentimentos pessoais nutridos numa posição tão crucial como a de Procurador-Geral da Virgínia?
Questões polêmicas recentes, incluindo políticas estaduais relacionadas à covid, batalhas culturais envolvendo escolas e preocupações com a aplicação da lei. Assim como protestos municipais por “questões de justiça social”. Já apontam a década de 2020 como um período de migração política significativa no país. Mais uma vez, se alguém busca encontrar um lado positivo em nosso recente e renomado “momento de tirar as máscaras”. Talvez reconhecer até aonde os líderes políticos realmente desprezam aqueles que não lhes são politicamente úteis resulte numa nova onda de “votar com os pés”.
À medida que a liderança política nacional, de ambos os partidos, tenta intensificar o uso de forças federais para forçar estados oponentes a cumprirem a plataforma partidária de sua preferência, há motivos para questionar a eficácia de seus esforços. Logo, à medida que o caos e a incompetência caracterizam Washington, o fortalecimento das lideranças estaduais proporcionou as vitórias políticas mais significativas. Sendo assim, espera-se um incentivo às conversas mais significativas sobre o futuro da descentralização política.
Dizem que uma gafe política ocorre quando um político acidentalmente diz a verdade. Esperamos que as visões de mundo sociopatas de Jay Jones não manifestem-se nas políticas estaduais da Virgínia. Todavia, talvez sua franqueza exija que os americanos o levem a sério.
Publicado originalmente no Mises Institute, intitulado “Democrats Endorse Political Violence in Virginia“. Traduzido por Roberto Lacerda Barricelli.