O Real Madrid estabeleceu essa tradição em homenagem à Virgem de Almudena, seguida após cada conquista da Champions League, e não à toa coleciona 15 Orelhudas
Que o Real Madrid é um dos maiores times do mundo, qualquer amante de futebol sabe e aceita, sem pestanejar. Mas da face católica do clube espanhol, poucos de fora da própria Espanha conhecem. Pois a história da cidade de Madri é inserparável da Reconquista Espanhola e da Igreja Católica, que ergueu Catedrais, Paróquias e Basílicas na Península Ibérica. Sendo assim, a história do próprio clube teve forte influência da Igreja Católica e da Monarquia Espanhola. Não surpreende que o Real Madrid mantenha essa tradição, em respeito às raízes da cidade, cuja padroeira é a Virgem de Almudena, e às influências inescapáveis sobre o clube.
Tradição e Homenagem a Virgem de Almudena
Há alguns anos, o Real Madrid estbeleceu a tradição de dedicar cada conquista da Champions League à padoreira da cidade, a Virgem de Almudena. Logo, ofereceu também a 15ª Orelhuda à Virgem, em celebração na Catedral de Santa Maria a Real de Almudena, Madrid, em 2024. Assista o momento da homenagem no vídeo abaixo.
Na ocasião participaram os brasileiros Vinícius Jr. Rodrygo e Éder Militão. Mas também o croata Luka Modric, os alemães Toni Kroos e Rüdiger, os franceses Mendy, Tchouaméni e Kamavinga e o belga Courtouis. Pelo lado dos espanhóis participaram Carvajal, Lucas Vásques, Joselu e Nacho. Além do inglês Bellingham, do presidente Florentino Péres (e outros que não identifiquei na foto, se algum leitor reconhecer, deixe nos comentários, e atualizarei). Não encontrei informações sobre qualquer participação do técnico italiano Carlo Ancelotti, hoje treinador da Seleção Brasileira de Futebol.
A celebração ocorreu sob a recepção do arcebispo, o Cardeal José Cobo, que aparece segurando a camisa do clube na foto abaixo. Ademais, o Cardeal também defendeu a importância social do esporte. “Parabéns pelo esforço e pelo trabalho de toda a equipe e dos treinadores e de todo o clube. Pois o esporte é um meio de expressar os talentos, mas também de construir a sociedade”

Em 2018 e 2022 o Real Madrir também ofereceu a Orelhuda em homenagem a Virgem de Almudena. Portanto, em 2024 realizou o ato pela 3ª vez em 6 (seis) anos.
História da Padroeira de Madrid
Durante a Invasão Muçulmana na Península Ibérica, no século VIII, os católicos esconderam a estátua medieval da Virgem de Almudena num ‘nicho’ da muralha de Madrid. Assim, impediriam que os invasores destruíssem, vandalizassem ou pior, caso atacassem a cidade. Todavia, não esqueçamos de que a Invasão Muçulmana começa em 711 d. C., a partir do sul, quando as tropas de Tariq ibn Ziyad atravessam o Estreito de Gilbratar. Na Batalha de Guadalete, os invasores muçulmanos derrotam os visigodos.
Portanto, o temor d’um ataque direto à Madrid durou séculos, mas não há registros de invasão direta. Ao invés disso, os muçulmanos anexaram a cidade através da expansão (quase parecido com a ‘Invasão Vertical’ da Crise de Imigração atual). Sendo assim, os temores reduziram apenas no século XI, quando Alfonso VI rconquistou a cidade.
Mas e a Virgem de Almudena? Bem, durante a Reconquista, em 09 de novmbro de 1085 d. C., a parte da muralha onde escondia-se a estátua desmoronou. Eis que revela-se a imagem da Virgem de Almudena. Ademais, Almudena vem do árabe “almudaina” (cidadela, cidade fortificada). Tal revelação considera-se como um milagre, por isso a devoção dos madrilhenos à sua padroeira.
Iniciou-se a construção da Catedral de Santa Maria a Real de Almudena em 1663 d. C. Porém, em 1993 somente que houve sua consagração à Virgem de Almudena, pelas mãos do papa São João Paulo II. Infelizmente, a imagem original perdeu-se ao longo da história, sendo a atual uma reprodução em madeira policromada.