A esquerda espanhola observa o exemplo da França ao propor que a interrupção da gravidez (eufemismo para aborto) seja consagrada na Constituição como um Direito Fundamental
Nesta sexta-feira, 3 de outubro, o governo de esquerda da Espanha propôs ancorar o “direito ao aborto” na constituição. Uma reação a iniciativa em Madri para informar as mulheres sobre a chamada “Síndrome pós-Aborto”. A polêmica eclodiu na terça-feira (30), quando a prefeitura de Madri, controlada pelo conservador Partido Popular (PP), aprovou proposta exigindo que os serviços médicos notifiquem as mulheres que buscam abortos sobre essa condição médica relatada. A proposta alegava que a “Síndrome pós-Aborto” poderia levar ao uso de álcool e drogas, pensamentos suicidas e aumento do risco de câncer.
Reação da Esquerda Espanhola
O primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez usou o X na sexta-feira para acusar o PP de “decidir se fundir com a VOX”. Porém, também anunciou planos de apresenta proposta ao parlamento para proteger o ‘direito ao aborto’ na constituição. A reforma constitucional na Espanha é difícil. Pois exige uma maioria de três quintos no parlamento, o que necessitará do apoio de legisladores da oposição conservadora.
No ano passado, a França tornou-se o primeiro país do mundo a consagrar o direito à ‘interrupção da gravidez’ (eufemismo para o aborto) em sua Constituição. Por conseguinte, medida amplamente elogiada por feministas radicais. Embora fortemente contestada por grupos pró-vida, que a alertaram para precedente perigoso. Ademais, para os opositores do aborto, a iniciativa constitucional francesa pode representar um desafio complexo em toda a Europa Ocidental liberal.
Publicado originalmente em The Europen Conservative, intitulado “Spain’s Government Moves to Enshrine Abortion Rights in Constitution“. Traduzido por João Pedro Moscatti.