Não há o que comemorar, mesmo que ocorra a queda do governo Lula, pois milhões de brasileiros sofrerão as terríveis consequências de escalar a crise contra os EUA
Muitos comemoram a ruptura entre o governo Lula e o governo Trump e a escalada da crise contra os EUA. Aliás, como se representasse um ato de soberania nacional, resistência democrática ou alinhamento com a justiça global. Mas essa leitura é superficial, infantil e economicamente desastrosa.
Por que escalar a Crise contra os EUA é desastroso?
A relação entre o Brasil e os Estados Unidos da América não é apenas uma questão de ideologia. Mas, sim, uma engrenagem vital à estabilidade econômica e diplomática do país. Portanto, uma crise profunda nessa relação – como a que assistimos com as tarifas impostas por Washington e a retórica confrontacional de Brasília – traz consequências diretas. Especialmente ao agronegócio, a indústria, o dólar, os investimentos externos e a posição geopolítica brasileira no sistema internacional.
Lula parece operar com uma lógica de Guerra Fria tardia. Ou seja, onde os EUA são sempre o inimigo imperialista. Porém, alianças com regimes autoritários ou blocos revisionistas são vistas como alternativas viáveis (China, Rússia, Irã).
Mas o Brasil não tem capacidade estrutural, nem econômica, nem militar, nem tecnológica para sustentar um afastamento real dos EUA. Ainda menos para sobreviver ileso à disputa comercial, cambial ou diplomática com a maior potência do planeta. Conquanto, sob um governo americano que já demonstrou disposição para punir países que considera hostis.
A retaliação comercial liderada por Trump em 2025, mesmo motivada por um cálculo político-eleitoral e ideológico, coloca o Brasil em situação delicada. Com a economia frágil, endividamento público elevado, fuga de capitais e crescimento estagnado… Portanto, perder o mercado americano e ser visto como país pouco confiável para investimentos, representa não um grito de soberania, mas um tiro no pé.
Ruptura e Fragilidade
A ruptura com os EUA não fortalece o Brasil. Mas enfraquece. Logo, não é gesto de independência, mas uma confissão de imprudência. E, neste momento, precisamos muito de estabilidade, diplomacia pragmática e liderança com visão estratégica.
Não precisamos de bravatas ideológicas que custam empregos, afugenta investidores e isolam o país, num cenário internacional cada vez mais competitivo e volátil.
Por fim, atentem-se ao que é de interesse do Brasil! O confronto com os EUA, NÃO É.