UE não apoia Israel, apesar das Ambições Nucleares do Irã

Diante da escolha entre a democracia de Israel e uma teocracia islâmica, a União Europeia (UE) prefere não tomar partido

A União Europeia (UE) não conseguiu declarar apoio claramente a Israel no seu conflito com o Irã. Em vez disso, pediu moderação de ambos os lados e pressionou por uma solução “diplomática”, para impedir que a República Islâmica desenvolvesse armas nucleares.

Posição Oficial da UE sobre Israel

Kaja Kallas, Alta Representante da UE para Relações Exteriores, disse que os ministros das Relações Exteriores da UE estavam em “claro acordo” sobre as principais prioridades do bloco em relação à guerra Irã-Israel durante uma reunião de emergência na terça-feira, 17 de junho.

De acordo com a chefe de relações exteriores, os ministros concordaram sobre a necessidade de reduzir a tensão de ambos os lados e endossaram negociações diplomáticas, em vez de ações militares contínuas. Mas ressaltaram que o objetivo dos esforços diplomáticos será impedir que o Irã alcance capacidade nuclear.

Os ministros pediram a todas as partes que respeitem o direito internacional, exerçam moderação e evitem ações que possam sair do controle […] Todos concordamos com a necessidade urgente de desescalada. O Irã não pode ter uma bomba nuclear, [mas] a diplomacia é a melhor solução para evitar isso, e a UE desempenhará o seu papel nesses esforços diplomáticos.

Kaja Kallas

Ao mesmo tempo, Kallas esquivou-se de responder se a UE tomará partido no conflito. A escolha é entre a única democracia do Oriente Médio e uma ditadura islâmica. Em vez disso, ela simplesmente reiterou que Bruxelas insta ambos os lados a reduzirem a tensão e prometeu que, pessoalmente, “não poupará esforços” para dialogar com Tel Aviv e Teerã e ajudá-las a encontrar uma solução diplomática.

Neutralidade da UE?

Como escrevemos antes. Esse novo entusiasmo por escolher negociar em vez de pressionar militarmente, contrasta fortemente com os últimos três anos da estratégia da UE para a Ucrânia. Pois, a UE se concentrou em cortar os laços diplomáticos com Moscou e a pressionar Kiev, do que continuar a guerra indefinidamente. Independentemente das vidas humanas que isso custasse.

No Oriente Médio, porém, Bruxelas parece hesitante em assumir uma posição clara a favor de Israel. Reconhece a necessidade de impedir que a República Islâmica se torne uma potência nuclear, mas tem dificuldade em sinalizar claramente seu apoio a Tel Aviv.

É também por isso que não houve profundidade estratégica na reunião do conselho de emergência de terça-feira. Logo, os únicos resultados tangíveis sendo a coordenação das operações de resgate. 

Evacuação de Europeus

Segundo Kallas, os ministros concordaram em ativar o “mecanismo de proteção civil” da UE, e agilizar a evacuação de cidadãos europeus nas áreas afetadas. Paralelamente, afirmou que a operação naval “Aspides” — uma frota composta por um contratorpedeiro, duas fragatas e um navio de apoio, tripulados por dez Estados-membros — continua escoltando navios mercantes ao longo da costa do Iêmen, controlada pelos houthis, e a coletar informações vitais.

Artigo traduzido por Roberto Lacerda, do portal The European Conservative: “No EU Backing for Israel Despite Irans Nuclear Ambitions” (clique aqui).

De | Por – Jornalista político do site europeanconservative.com, sediado em Bruxelas. Nascido na Transilvânia, estudou história e relações internacionais em Kolozsvár e trabalhou para diversos institutos de pesquisa política em Budapeste. Seus interesses incluem atualidades, movimentos sociais, geopolítica e segurança da Europa Central. No Twitter, ele é @TamasOrbanEC.

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